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BC mantém juros pela nona vez seguida, e Selic continua em 14,25%

Taxa básica, inalterada desde julho do ano passado, acumula seu maior período de estabilidade já registrado; inflação alta ainda dificulta reduções

Por Da redação
Atualizado em 31 ago 2016, 18h30 - Publicado em 31 ago 2016, 18h07

O Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira manter a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, em 14,25%, seu maior patamar desde outubro de 2006. Ao manter os juros em 14,25% pela nona vez consecutiva, o Copom faz desse o mais longo período de estabilidade da taxa básica. A Selic permanece no atual nível desde julho do ano passado.

Economistas e analistas previam a manutenção da taxa de juros em 14,25% de maneira quase unânime. A inflação dos alimentos, que tem mantido os índices de preços acumulados em doze meses bem acima de 6,5%, o teto da meta de inflação adotado em 2016, não deixaria espaço para um corte da Selic neste momento. Além disso, as preocupações em torno do ajuste fiscal promovido pelo governo de Michel Temer, que enfrenta resistências no Congresso, contribuem para a cautela do Banco Central.

Nas últimas semanas, os analistas vêm fazendo previsões mais negativas para política monetária. Pelo Relatório de Mercado Focus, uma pesquisa semanal realizada pelo BC com uma centena de economistas, a Selic prevista para o fim de 2016 já está em 13,75% ao ano, depois de a projeção chegar a ser de 12,75% em maio, quando Temer assumiu a Presidência de maneira interina. Para o fim de 2017, o mercado prevê uma Selic a 11,25% ao ano. Anteriormente, a projeção chegou a ser de 11%.

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A reunião do Copom encerrada nesta quarta-feira foi a segunda sob o comando de Ilan Goldfajn no Banco Central e da nova diretoria formada por ele. No encontro anterior, o comunicado do Copom já foi apresentado em novo formato – mais completo e bem recebido pelos economistas do mercado. Na próxima terça-feira, o BC divulgará a ata da reunião – também no novo formato, já adotado no encontro de julho do Copom.

Em suas comunicações mais recentes, Goldfajn vem reforçando a intenção de conduzir a inflação para o centro da meta, de 4,5%, em 2017. A tarefa, de acordo com o presidente, é “desafiadora e crível”.

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O ano de 2016, no entanto, estaria “perdido”. No mercado financeiro, apesar da expectativa de que a Selic possa cair já neste ano, crescem as avaliações de que os cortes podem começar apenas em 2017, em função da pressão inflacionária e das dúvidas em torno do ajuste fiscal.

O que é Selic?

O principal instrumento usado pelo Banco Central para controlar a inflação é a taxa básica de juros, usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic). Essa taxa serve de referência para a definição de juros em todo o sistema financeiro, do cartão de crédito ao financiamento de imóveis. Quando o Comitê de Política Monetária (Copom), do BC, aumenta a Selic, o objetivo é tentar conter a demanda – afinal, juros mais altos desestimulam o consumo, já que o financiamento fica mais caro e estimula a poupança. Quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, o que estimula a produção e o consumo – e, com mais demanda, a tendência é de alta dos preços. Quando mantém a taxa, o Copom considera que ajustes anteriores foram suficientes para alcançar o objetivo de controlar a inflação. O Brasil adota o sistema de metas de inflação para definir sua taxa de juros. A meta atual é de 4,5%, com tolerância de chegar a 6,5%. Para 2017, a tolerância será até 6%.

(Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil)

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