RIO DE JANEIRO, 10 Mai (Reuters) – O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta quinta-feira que a autoridade monetária continuará avaliando todos os impactos da inflação, inclusive do câmbio. Segundo ele, o que aconteceu nos últimos dias foi o fortalecimento internacional do dólar.
“Vamos ver quando o processo internacional se estabiliza e no Banco Central continuaremos avaliando todos os impactos sobre a inflação, inclusive o câmbio”, afirmou em entrevista aos jornalistas ao participar de evento no Rio de Janeiro.
No Brasil, a moeda norte-americana chegou ao patamar de 1,95 real com a piora do cenário externo, sobretudo na Europa.
Tombini reconheceu que a inflação de abril medida pelo IPCA e que teve elevação de 0,64 por cento, ficou acima do que o esperado e a de março, que ficou em 0,21 por cento, ficou abaixo do previsto. Porém ele sustentou que os preços estão convergindo para o centro da meta, de 4,5 por cento, e a desaceleração será sentida já nos próximos meses.
“Nos próximos três meses, a inflação mensal no Brasil será inferior a registrada em abril e é um processo de convergência que vamos acompanhar nos próximos meses”, afirmou.
O presidente do BC também descartou, neste momento, qualquer mudança nos compulsórios bancários -parcela dos depósitos dos bancos que fica presa no BC- para injetar mais recursos na economia.
“O governo certamente todos os instrumentos e se algum dia ajustar algum de seus instrumentos certamente os senhores saberão. No momento, não há nada nesse sentido”, disse.
Ele reafirmou ainda que a perspectiva é de crescimento de 15 por cento do crédito no país neste ano e disse que atualmente a concessão de financiamento está mais lenta do que se esperava. Ele disse ainda que o crédito para a compra de automóveis deve acelerar ao longo do ano.
“O que tem ocorrido recentemente é que a concessão de crédito vem vindo mais lenta do que se esperava”, afirmou.
Segundo ele, a inadimplência também deve ceder ao longo do ano e voltou a repetir que a economia deve crescer mais no segundo semestre do que crescerá neste. O BC calcula que o Produto Interno Bruto (PIB) do país terá expansão de 3,5 por cento neste ano.
“A nossa visão com o crescimento da economia, no segundo semestre, essa inadimplência recue”, disse Tombini.
(Reportagem de Tiago Pariz e Rodrigo Viga Gaier)