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Barateamento de combustíveis reforça apostas em corte nos juros

BC decide nova taxa Selic na reunião que termina na próxima quarta-feira; maioria das apostas era de redução de 0,25 ponto porcentual

Por Reuters Atualizado em 14 out 2016, 14h59 - Publicado em 14 out 2016, 14h54

A redução no preço da gasolina e do diesel anunciada pela Petrobras deve representar um alívio extra para a inflação, ainda que de pequena magnitude, aumentando o conforto para o Banco Central reduzir a taxa básica de juros e dando força às apostas no mercado de um corte maior na próxima semana. A estatal anunciou nesta sexta-feira cortes de 3,2% no preço da gasolina e de 2,7% no do diesel nas refinarias.

Sob um cenário de alívio na inflação, investidores e analistas já vinham esperando um corte na Selic na reunião da próxima semana do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central. A maior parte das apostas é de que o corte será de 0,25 ponto porcentual. Mas, após a decisão da estatal, a curva de juros passou a indicar praticamente um empate entre as apostas de uma tesourada de 0,25 ponto e uma de 0,50 ponto porcentual. A Selic está atualmente em 14,25%.

O diretor de pesquisa econômica do Goldman Sachs, Alberto Ramos, calculou que, dependendo do repasse, a redução de preços pela Petrobras poderá diminuir o IPCA – indicador oficial de inflação do país – acumulado do ano em 0,1 ponto porcentual. “Este é um desenrolar positivo e deve dar ao Banco Central ainda mais conforto para começar a afrouxar a política monetária na próxima semana. Se os preços dos combustíveis continuarem a cair nos próximos meses, o BC terá espaço extra para cortar a Selic de forma mais agressiva em 2017”, disse.

Em setembro, a inflação oficial brasileira já havia desacelerado com força, acumulando em doze meses alta de 8,48%. Se o reajuste for totalmente repassado para a bomba, o impacto será de aproximadamente 5 centavos de real para os consumidores nos dois casos, segundo estimativa da Petrobras.

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Nas contas da economista-chefe da CM Capital Markets, Camila Abdelmalack, as mudanças anunciadas pela companhia têm um impacto de descompressão na inflação de 0,06 ponto porcentual em 2016. A estimativa não leva em conta efeitos secundários, como a queda do etanol.

A economista admitiu que isso pode dar gás às mudanças de expectativas quanto a um corte mais forte na Selic na próxima reunião, de 0,5 ao invés de 0,25 ponto porcentual. Mas ponderou que, a despeito da investida da Petrobras, o ciclo de queda já estava dado para a próxima reunião do Copom, que será realizada entre terça e quarta-feira.

“Lógico que redução dos preços sempre é notícia positiva para o cenário que a gente vive, mas temos que ter consciência que não é a solução dos problemas”, disse.

A economista-chefe da ARX Investimentos, Solange Srour, segue com expectativa de redução de 0,5 ponto porcentual na taxa básica de juros semana que vem, mas principalmente pela evolução recente no campo fiscal, com aprovação em primeiro turno na Câmara dos Deputados da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que freia o avanço dos gastos públicos.

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Ex-diretor do BC, o chefe da divisão econômica da Confederação Nacional do Comércio, Carlos Thadeu de Freitas, concordou que a autoridade monetária ficará mais à mercê dos desenvolvimentos no cenário externo em relação aos combustíveis – e seu consequente impacto para a inflação -, mas avaliou que o ambiente internacional está “razoavelmente precificado por algum tempo” e só deve sofrer uma mudança drástica no caso de uma alta inesperada nos juros americanos.

“A primeira interpretação é que, com essa queda no preço da gasolina e com o fato de que o dólar está caindo em relação ao real, o espaço pra cortar a taxa de juros aumentou mais”, afirmou. “Não seria surpreendente se o corte agora for de 0,5 ponto.”

(Com Reuters)

 

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