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Mercado espera que dólar chegue a R$ 3,50 em caso de vitória de Bolsonaro

Segundo analistas, afastada a chance da eleição de Fernando Haddad (PT), procura pela moeda americana deve diminuir

Por Machado da Costa
Atualizado em 18 out 2018, 11h40 - Publicado em 18 out 2018, 11h04

O mercado financeiro já começa a admitir a possibilidade de que o dólar caia ao patamar de 3,50 reais, a depender do horizonte eleitoral. Analistas consultados por VEJA projetam que o real pode chegar ao valor, que não é visto desde 27 de abril de 2018, conforme aumentam as chances de vitória do candidato Jair Bolsonaro (PSL).

A discordância se dá em relação a quando o patamar pode ser alcançado, e se a trajetória de queda é sustentável. Há um consenso de que o câmbio, em uma faixa entre 3,70 reais e 3,80 reais, está num patamar saudável. Mas a euforia do mercado com a derrota da candidatura de Fernando Haddad (PT) pode forçar a queda do dólar para este nível mais baixo.

“Os nossos problemas econômicos não vão ser resolvidos com a eleição de Bolsonaro. O problema fiscal vai continuar e a Previdência não será aprovada. A economia não vai melhorar num passe de mágica”, diz Sidnei Moura Nehme, fundador da corretora NGO. “Por isso, acredito que, o dólar possa até chegar a 3,50 reais, mas em janeiro. Não agora.”

Para João Medeiros, economista-chefe da corretora Albatross, a expectativa é de que o dólar vá abaixo de 3,50 reais. Ele, inclusive, começa a cogitar qual será a atuação do Banco Central (BC) se isso acontecer. Até 2 de janeiro de 2019, vencem 30,6 bilhões de dólares em swaps cambiais – instrumento utilizado pelo BC para controlar a volatilidade do câmbio. O estoque total de swap, que concentra diferentes com vencimentos até julho de 2019, está em 68,8 bilhões de dólares. A autoridade pode rolar esses contratos – renegociar um novo prazo de vencimento em troca do pagamento dos juros –, mas Medeiros já avalia a quitação de parte deles.

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“O Banco Central acertou a mão quando fez os leilões no meio do ano para manter uma taxa justa de câmbio. Agora, com a queda, ele pode ter uma baita vantagem e querer a quitação”, afirma. “O presidente Ilan Goldfajn é um especialista nisso”, conclui. O movimento sugerido por Medeiros causaria uma valorização do real mais moderada, devido à saída de dólares do país.

Miguel Daoud, analista da Global Financial Advisors, foca em outro aspecto do dólar: as operações comerciais de empresas. Ele explica que, todos os dias, são negociados 100 bilhões de dólares entre contratos futuros de moeda estrangeira e juros brasileiros. Grandes empresas fazem uma operação de troca entre esses contratos para se protegeram de variações no câmbio. Com a sensação de menor risco com a eleição de Bolsonaro, o mercado pode reduzir o ímpeto de comprar contratos futuros de dólar e preferir os de juros, o que também causaria uma valorização do real frente à moeda americana.

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“Em um cenário de risco, essas empresas começam a buscar proteção para seus ativos. Isso significa mais compra de dólar, o que leva a alta. Quando cogitou-se uma vitória do Haddad, o mercado correu para proteger seus ativos. Desfeito esse cenário, eles passam a desfazer essas posições”, afirma.

Contudo, Daoud acredita que o dólar não deva chegar ao patamar de 3,50 reais. “Este não é o ponto de equilíbrio do dólar. O cenário internacional, com a guerra comercial entre Estados Unidos e China, além da alta dos juros básicos da economia americana, deve coibir essa valorização do real”, diz.

Nesta quinta-feira, 18, o dólar comercial opera no campo positivo. Às 11h, a moeda americana era negociada a 3,690 reais, com leve alta de 0,22%.

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