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A melhor estratégia de investimento é a diversificação

O ano já começa marcado por indefinições na economia. Volatilidade e risco podem ser sinônimos de rentabilidade. Contudo, o melhor é diversificar

Por Derick Almeida
21 jan 2011, 08h51

A escolha da melhor estratégia de investimento para o ano deve envolver dois pontos básicos: o cenário econômico – essencial para definir as apostas – e o objetivo da poupança. Em geral, quem tem um prazo definidopara resgatar o dinheiro precisa ser mais cauteloso. Já o investimento de longo prazo pode embutir um risco maior.

Estes também são os aspectos fundamentais que embasam a delimitação, bastante usual em finanças pessoais, de três tipos diferentes de investidores (veja quadro). O conservador é aquele que, por ter necessidade de resgatar sua aplicação no curto e médio prazo, busca investimentos mais seguros, sacrificando a rentabilidade. O moderado, por sua vez, possui alguma sobra de capital, da qual não terá de dispor no horizonte de alguns anos. Logo, pode pensar em ganhar dinheiro em estratégias mais longas. Sua inclinação ao risco, contudo, não é das mais elevadas. Para se proteger e, ao mesmo tempo, auferir lucros, procura atuar em diversas frentes ao mesmo tempo, fazendo um ‘mix’ de operações. Por fim, o arrojado é, em geral, alguém com maior disponibilidade de dinheiro sem data definida para resgate. Ou seja, pode arriscar mais para obter um ganho maior no longo prazo.

Veja abaixo as principais características e recomendações para cada perfil:

Renda fixa – Na renda fixa, a principal recomendação dos analistas volta-se aos títulos do Tesouro Nacional com taxas de rendimento pós-fixadas, como as LFT’s. Estes papéis, além de acompanharem de perto as variações positivas da taxa Selic, possuem taxas de administração reduzidas, entre 0% e 1%; liquidez (facilidade de negociação); e impõem um piso mínimo para investimento de apenas 100 reais. Há ainda as opções pré-fixadas, como as NTN-F’s e LTN’s. Todavia, como sua remuneração é pré-acordada, os benefícios tendem a ser menores, quando a expectativa é de alta das taxas de juros. Se o investidor não se sentir tão conservador, pode distribuir 70% de seus recursos para os títulos pós-fixados e 30% para renda variável.

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Os Certificados de Depósitos Bancários (CDB’s) também se destacam nas recomendações dos economistas. Usados pelos bancos para captar recursos, a expectativa é que a rentabilidade do instrumento também aumente na esteira da alta dos juros.

De acordo com relatório da corretora Prosper, a expectativa de alta da Selic – confirmada pelo Banco Central nesta quarta-feira, ao ter autorizado elevação de 0,5 ponto porcentual na taxa – é vista no ganho dessas aplicações. Os Certificados de Depósito Interbancário (CDI) – títulos de emissão das instituições financeiras usados no mercado interbancário – com vencimento em abril de 2011 embutem remuneração de 10,98%. No entanto, os contratos que tiveram aumento mais expressivo foram os de médio prazo, com resgate em janeiro de 2013. Neste caso, a taxa de juros saltou para 12,32%. A opção do pequeno investidor é aplicar nos fundos que acompanham a rentabilidade do CDI, os chamados fundos DI. Cautela, entretanto, é necessária. Sobre este ganho incide imposto de renda e os bancos ainda cobram taxas de administração que, dependendo da aplicação mínima, pode superar 3%. “Acredito que os investidores devam pensar em aplicações que durem, no mínimo, um ano. A alíquota decrescente do Imposto de Renda, conforme o tempo de aplicação, somada ao aumento da taxa de juros, trará boas recompensas”, afirma Robson Queiroz, diretor operacional da SLW Corretora.

Já a tradicional caderneta de poupança não é recomendada. Sua capacidade de atrair recursos é impressionante – bateu em 2010 o recorde de 38,68 bilhões de reais -, mas o fato definitivamente não se explica por sua rentabilidade. No ano passado, segundo o levantamento da Economática, o investimento teria registrado o pior rendimento em 43 anos, de 6,90%. Descontada a inflação de 5,91% pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a rentabilidade real seria de 1%.

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Renda variável – Investir na bolsa requer, além de sangue frio e recursos que não farão falta no curto prazo, certa astúcia e uma boa dose de conhecimento específico – sobre como determinar o melhor momento para comprar e vender; o conhecimento das ações que tendem a se valorizar mais num determinado período; a montagem de um portfólio de papéis que maximize a rentabilidade; etc. Para quem não tem conhecimento do mercado e tempo para acompanhar a carteira de ações, o melhor é optar por um fundo de ações. Neste caso, também vale a regra do cuidado com a taxa de administração.

Em relação ao cenário, os investidores precisam estar preparados para possíveis turbulências, principalmente na Europa. A boa notícia é que os Estados Unidos começam a dar sinais de recuperação. Segundo a SLW Corretora, após a série de estímulos lançadas pelo presidente Barack Obama, a economia americana ensaia a volta ao crescimento. Desta forma, os economistas estão esperando um ano melhor para a Bolsa de Valores de São Paulo. Para 2011, o analista Pedro Galdi estima que o Ibovespa poderá atingir 87 000 pontos, uma expectativa de ganho de 24%.

Galdi recomenda as empresas que serão beneficiadas pelo crescimento econômico do país em 2011. “O interessante será repartir os investimentos em 70% para papéis relacionados a consumo e 30% voltados para commodities”, afirma.

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Outro produto que pode se destacar é o ouro, mas por outros motivos. Este mineral ainda é tido por muitos como uma reserva de valor e tende a ter seu preço turbinado em momentos de maior incerteza. Contudo, se houver uma melhora no ‘clima’ da economia, e os investidores voltarem com maior força para a Bolsa de Valores, sua perspectiva de rentabilidade diminui. Por fim, Galdi não recomenda o investimento no câmbio porque sua perspectiva para 2011, apesar de apontar para uma apreciação, será de ganho marginal.

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