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Tubarão fêmea tem crias após passar quatro anos sem macho

Separada de seu parceiro em 2012, Leonie, um tubarão-zebra fêmea, é a primeira da espécie a passar de reprodução sexuada para assexuada

Por Da redação
Atualizado em 18 jan 2017, 11h56 - Publicado em 17 jan 2017, 11h32

Cientistas ficaram intrigados com o estranho comportamento de um tubarão-zebra fêmea que vive no aquário Reef HQ, em Queensland, na Austrália. Leonie, como foi batizada, passou quatro anos longe de seu parceiro e, mesmo sem fecundação, surpreendeu os biólogos ao colocar ovos que continham embriões. Esse é o primeiro caso de um tubarão da espécie trocando de reprodução sexuada para assexuada, e o terceiro caso já registrado entre todos os vertebrados. Uma pesquisa sobre o caso de Leonie foi publicada esta segunda-feira na Nature.

Caso raro

Leonie foi capturada e trazida ao aquário em 1999, onde conviveu com outro tubarão-zebra macho por seis anos. Em 2008, ela começou a colocar ovos e teve várias crias antes de ser separada de seu parceiro, quatro anos depois. Uma das crias, Lolly, dividia o tanque com a mãe desde 2013 e nunca havia sido introduzida a nenhum macho.

Em 2014, mesmo sem fecundação, Leonie e Lolly colocaram ovos. Autora do estudo sobre Leonie e bióloga na Universidade de Queensland, Christine Dudgeon disse ao The Guardian que, se as condições forem favoráveis, é comum que os tubarões-zebra, também conhecidos como tubarões-leopardo, coloquem ovos na ausência de um macho – o que intrigou os cientistas foi o fato de que os ovos de Leonie tinham embriões. Os pesquisadores tentaram incubá-los, mas nenhum deles chocou.

No ano seguinte, novamente mãe e filha colocaram ovos, e dessa vez todos continham embriões. As duas juntas produziram cinco crias, sendo que duas ainda permanecem no aquário.

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Dudgeon afirma que a reprodução assexuada em tubarões fêmea que nunca se reproduziram sexuadamente, como Lolly, não era tão incomum. O caso de Leonie, no entanto, que já havia tido crias com fecundação, era o primeiro do mundo.

Registros anteriores mostram que tubarões fêmea podem estocar esperma por quatro anos, o que explicaria o caso raro de Leonie. Porém, apesar de não serem clones exatos da mãe e possuírem metade de seu material genético, análises mostraram que os filhotes apresentavam altos níveis de homozigosidade – estado em que a cria recebe o mesmo gene de dos dois pais –, indicando que a fecundação teria sido feita de maneira assexuada.

Resposta evolucionária

A bióloga diz que não se sabe ainda o que motivou a troca na maneira de se reproduzir, mas parece ser uma resposta a curto prazo para estender a vida reprodutiva do animal em consequência à ausência de machos.

Tubarões-zebra, que têm como nome científico Stegostoma fasciatum, são considerados uma espécie ameaçada pela União Internacional para Conservação da Natureza. Os cientistas esperam que o estranho caso de Leonie possa chamar atenção para a situação alarmante em que se encontram esses animais e ajude a preservá-los.

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