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Tensão na ExoMars: sinal de pouso em Marte é interrompido

Missão europeia chegou a Marte nesta quarta-feira. Satélite TGO entrou na órbita do planeta, mas sinal do módulo Schiaparelli parou inesperadamente

Por Rita Loiola Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 out 2016, 19h42 - Publicado em 19 out 2016, 17h59

Após de uma jornada de sete meses e 500 milhões de quilômetros até Marte, o destino da ExoMars é incerto. Composta pelo satélite Trace Gas Orbiter (TGO) e o módulo Schiaparelli, a missão deveria colocar TGO em órbita no planeta e fazer um pouso controlado de Schiaparelli sobre a superfície marciana, em uma arriscada descida de seis minutos. Nesta quarta-feira, às 14h35 (horário de Brasília), os astrônomos captaram sinais de que o satélite havia entrado com sucesso na órbita de Marte, mas o robô Schiaparelli parou de enviar dados pouco antes da aterrissagem – deixando bastante apreensivos os cientistas da Agência Espacial Europeia (ESA) e da russa Roscosmos, responsáveis pela missão.

“Está claro que os sinais [de Schiaparelli] não são bons, mas ainda precisamos de mais informação”, afirmou o chefe da divisão de Operações da ESA, Paolo Ferri.

No final da tarde, em coletiva de imprensa, os astrônomos da ExoMars afirmaram que a missão, que pretende explorar Marte para descobrir se ele é capaz de abrigar vida, foi um sucesso, apesar do silêncio de Schiaparelli. Segundo o astrônomo Michel Denis, diretor de voo da ExoMars, TGO está funcionando como o esperado, descrevendo uma órbita de quatro dias ao redor de Marte.

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Schiaparelli, contudo, parou de enviar sinais, sem qualquer explicação. Eles estavam sendo recebidos com sucesso durante boa parte da descida pela atmosfera marciana, mas foram interrompidos antes que o módulo chegasse à superfície. Essas informações, segundo os astrônomos, foram confirmadas tanto pelo radiotelescópio que acompanhava a manobra da Terra quando pela nave Mars Express, que seguia a descida do espaço. Os astrônomos da ESA passarão a noite desta quarta-feira analisando os dados enviados pela missão e esperam ter mais informações sobre a sonda e os próximos passos da ExoMars durante a quinta-feira.

Pouso perigoso

O procedimento para a chegada à superfície de Marte começou no domingo, quando Schiaparelli deixou o satélite TGO, ao qual estava acoplado. Desde então, a sonda se aproximou lentamente do planeta e, nesta quarta-feira, mergulhou na atmosfera marciana. Segundo o plano da ESA, o robô deveria descer em direção à superfície a 21 quilômetros por hora e, com o apoio de paraquedas e propulsores, diminuir a velocidade até pousar no solo.

Essa aterrissagem controlada em Marte é o maior desafio da missão. Até hoje, apenas americanos pousaram equipamentos com sucesso no planeta. O êxito dessa parte da ExoMars seria um marco na história da exploração europeia, pois o único precedente, o jipe Beagle 2, da Grã Bretanha, fracassou ao chegar ao planeta, em 2003. Seus painéis solares não abriram corretamente, o que impediu que ele tivesse energia para enviar informações à Terra.

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Outra missão da ESA também teve problemas com a aterrissagem em corpos celestes. O robô Philae, liberado pela sonda Rosetta, quicou ao chegar à superfície do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko e parou longe do local escolhido pelos cientistas. Com isso, suas baterias não carregaram como o esperado. O robô só foi encontrado pelos astrônomos em setembro deste ano, perto do fim da missão.

ExoMars

Lançado em março, a bordo do foguete Protón-M, ExoMars é um laboratório que conta com o módulo Schiaparelli, de quase 600 quilos, e o satélite TGO. O satélite vai estudar os gases da atmosfera do planeta, enquanto Schiaparelli deve enviar dados aos centros de controle terrestre e garantir que, no futuro, a missão mande um pequeno jipe capaz de se deslocar vários quilômetros e escavar até dois metros sob a terra de Marte para coletar e analisar amostras.

Juntos, os dois equipamentos pretendem abrir caminho para uma missão não tripulada de ida e volta a Marte, prevista para 2020. A missão conduzirá sua pesquisa por um caminho cuja próxima grande fronteira será enviar astronautas ao planeta vermelho para saber se o ser humano pode viver em outros mundos.

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