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Sonda da Nasa será usada em dois projetos com participação brasileira

Cerca de um ano depois de falhas no telescópio Kepler, a missão K2 tem início nesta sexta-feira

Por Juliana Santos
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h12 - Publicado em 30 Maio 2014, 17h22

Há cerca de um ano, parecia certo que a missão do telescópio espacial Kepler chegaria ao fim antes de 2016, quando estava prevista para terminar. Lançado pela Nasa em 2009 com o objetivo de encontrar exoplanetas parecidos com a Terra, o Kepler teve sua missão interrompida quando duas de suas quatro rodas de giro, necessárias para manter o satélite estável no espaço, pararam de funcionar. A Nasa tentou restaurar o telescópio na sua funcionalidade original, mas, sem sucesso, decidiu reativá-lo para uma nova missão, denominada K2, que terá início nesta sexta-feira.

A solução veio de forma criativa: a energia do Sol será usada para estabilizar o telescópio, ajudando a mantê-lo no lugar. Desde seu lançamento, o Kepler observou mais de 150 000 estrelas em uma mesma região do céu, procurando oscilações na luminosidade emitida por elas, o que pode significar a passagem de um planeta. Agora, como o telescópio precisará da luz do Sol para se manter imóvel, deverá se posicionar sempre na frente do astro ou perpendicular a ele. Dessa forma, o Kepler terá que se mover para acompanhar os movimentos da estrela.

A mudança pode ter alterado o propósito original do telescópio, mas ao mesmo tempo possibilitou novos estudos. A Nasa selecionou novas propostas de estudos científicos para cada uma da partes da galáxia que o telescópio vai estudar até 2016. Dentre os mais de trinta projetos escolhidos, dois contam com a participação do brasileiro José Dias do Nascimento, pesquisador visitante do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, nos Estados Unidos, e professor do departamento de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

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Estrelas gigantes e gêmeas solares – A primeira pesquisa, que terá início em junho, tem como objetivo estudar estrelas gigantes. “Essas estrelas são importante porque representam o futuro evolutivo do Sol”, disse Nascimento ao site de VEJA. Ele conta que, na fase gigante, as estrelas podem até “engolir” planetas próximos. “Um grupo americano já mostrou que é possível detectar traços dos planetas nessas estrelas”, afirma. Por meio das oscilações de luminosidade, que o Kepler é capaz de observar, os pesquisadores conseguem obter informações sobre a estrutura dessas estelas, a fim de entender mais sobre elas. “O Kepler já observou estrelas desse tipo, mas sempre na mesma posição da galáxia. Agora teremos acesso a outros objetos de diferentes formações”, diz o pesquisador.

O segundo estudo envolve a busca por estrelas gêmeas do Sol, especialmente no aglomerado estelar Messier 67. “Esse aglomerado é muito interessante porque tem a mesma idade que o Sol, cerca de 4,6 bilhões de anos. Para quem estuda estrelas gêmeas solares ele é um dos mais importantes que existe. Como todas têm a mesma idade, se procurarmos estrelas com a massa semelhante ao Sol temos grandes chances de encontrar essas gêmeas”, explica Nascimento.

O Messier 67 também é um bom lugar para procurar planetas parecidos com a Terra. Nascimento conta que, até pouco tempo atrás, não se sabia se estrelas que fazem parte de aglomerados poderiam ter planetas orbitando a seu redor, mas no ano passado um grupo liderado por Søren Meibom, do Centro de Astrofísica Harvard Smithsonian, descobriu um exoplaneta nessas condições.

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O fato de um planeta existir em um aglomerado de estrelas não significa que ele seja necessariamente quente demais. “As estrelas dentro de um aglomerado estão próximas, mas não o bastante para que um planeta fique perto de duas ao mesmo tempo”, explica Nascimento. Segundo ele, uma das expectativas desse estudo é encontrar planetas parecidos com a Terra. “Dos exoplanetas que foram descobertos até hoje, praticamente nenhum tem a massa da Terra e está na mesma posição em relação a uma estela gêmea solar. Algo assim seria um grande achado, e atualmente muitas equipes estão atrás disso”, afirma o pesquisador.

Cada projeto tem duração aproximada de 83 dias, tempo que o Kepler ficará parado na mesma posição. Enquanto o primeiro projeto citado tem início previsto para o próximo mês, o segundo deve acontecer apenas em junho de 2015.

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