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Satélite construído por alunos brasileiros vai para o espaço

O lançamento ocorreu no Centro Espacial Tanegashima, no Japão. É o primeiro satélite brasileiro a ser produzido por estudantes da educação básica

Por Da redação
12 dez 2016, 18h03

Um satélite construído por alunos de uma escola público de São Paulo foi enviado ao espaço na última sexta-feira. O projeto, desenvolvido ao longo de seis anos, chegou ao ápice com o lançamento do satélite pela Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (Jaxa) do Centro Espacial Tanegashima, no Japão. O destino é a Estação Espacial Internacional (ISS), onde será colocado em órbita. É o primeiro satélite brasileiro produzido por estudantes da educação básica.

O satélite foi desenvolvido por um grupo de alunos da Escola Municipal Presidente Tancredo de Almeida Neves, de Ubatuba. A ideia para o desenvolvimento surgiu em 2010 com o professor de matemática Cândido Moura.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que auxiliou na assistência técnica e nas aulas para os estudantes, pretende usar as informações captadas pelo satélite para analisar a formação de bolhas de plasma na ionosfera da Terra. Essas bolhas dificultam a comunicação por rádio, o funcionamento de radares e de localizadores por GPS.

Além do Inpe, a Agência Espacial Brasileira (AEB) também ajudou os participantes com aulas no programa Satélites Universitários e arcou com os custos dos testes e do voo do equipamento para estação espacial.

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“Sou formado em física, mas dou aula de matemática. Na época, conversei com os colegas da escola e todos ficaram empolgados. Sabíamos que a ideia era inusitada, mas queríamos dar essa oportunidade para os alunos, de criar algo e não só reproduzir um conteúdo de sala de aula”, contou o professor Moura.

Segundo o professor, a primeira tentativa para desenvolver o satélite foi feita com um kit americano, mas o equipamento foi redesenhado por um pesquisador do Inpe. Moura disse que o satélite lançado em 9 de dezembro, batizado de Tancredo 1, foi totalmente produzido e construído no Brasil.

A iniciativa, segundo Moura, não envolveu apenas os seis estudantes, mas mais de 700 alunos da escola. “O projeto cresceu e é muito maior, a gente abre turmas todos os anos para dar aulas de eletrônica, mecânica e mais de cinquenta se inscrevem. Em três ou quatro meses, eles já conseguem produzir algo que funcione e ficam encantados”, afirmou o professor.

Além disso, os alunos que participaram da construção do satélite também viajaram para os Estados Unidos, onde conheceram a Nasa (agência espacial americana), e para o Japão, onde se apresentaram em um congresso aeroespacial.

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“Foram muitas conquistas desde que comecei a participar, mas o mais importante foi ver o quanto eu gostava de ciências e matemática. Eu sempre tive interesse por essas disciplinas, mas nunca tinha tido a oportunidade de colocar em prática”, contou Nathalia da Costa, de 17 anos. A estudante tinha 11 anos quando começou a desenvolver o satélite e neste ano prestou vestibular para entrar no curso de engenharia aeroespacial.

Difusão

Walter Abrahão, tecnologista do Inpe, disse que o instituto viu no projeto uma oportunidade de difusão de conhecimento e de aproximação dos jovens com a ciência. “Para nós foi um aprendizado muito grande também, sempre auxiliamos e fazemos pesquisas com universitários. Mas, para esses alunos, tivemos que adaptar nosso conteúdo para uma linguagem deles”, contou ele.

Para Pedro Kaled, tecnologista da AEB, a missão dos estudantes já está totalmente concluída. “O maior sucesso desse projeto foi dar uma educação de mais qualidade e permitir que esses estudantes tivessem contato com a produção científica. Uma das missões mais nobres da agência é a difusão de conhecimento e conseguimos completar essa missão com esses estudantes”, completou Kaled.

(Com Estadão Conteúdo)

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