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Rússia e Brasil fecham acordo de instalação de telescópio para monitorar lixo espacial

Acordo deverá ser fechado em 7 de abril. Expectativa é que o telescópio já esteja em operação no solo brasileiro em novembro

Por Marina Rappa
Atualizado em 6 Maio 2016, 15h57 - Publicado em 31 mar 2016, 10h27

O Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA) e a Roscosmos, agência espacial russa, vão assinar um acordo em 7 de abril para a instalação de um telescópio em Minas Gerais. O aparelho será instalado no Observatório do Pico dos Dias e servirá para a detecção e monitoramento de detritos espaciais, além de mapear todas as galáxias e estrelas no campo de visão do telescópio. A cerimônia de assinatura do acordo será realizada em Itajubá, na sede do LNA, com a presença de representantes da Roscosmos, do presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB) e demais autoridades envolvidas.

De acordo com Albert Bruch, pesquisador titular do LNA e responsável pelas negociações, o acordo pretende trazer dados sobre localização e órbita de objetos que poderão apresentar um perigo de colisão com satélites ativos, ou causar danos à superfície da Terra depois de entrar na atmosfera. A base de dados obtida pelo instrumento deverá auxiliar os pesquisadores a tomar medidas para evitar essas colisões. A expectativa é que o telescópio já esteja em operação no solo brasileiro em novembro.

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As observações realizadas com o aparelho serão feitas todas as noites que não estiverem com o céu encoberto por nuvens, e as informações astronômicas obtidas pelo telescópio terão uma cópia à disposição dos pesquisadores brasileiros. “A frequência que vamos realizar essas observações é muito grande, trazendo grandes ganhos para os pesquisadores daqui. Podemos, por exemplo, monitorar estrelas variáveis, como novas e supernovas, entre outros, além de pequenos corpos do nosso Sistema Solar como asteroides e objetos do Cinturão de Kuiper”, explicou o pesquisador.

O projeto – O primeiro contato entre Brasil e Rússia para conversar sobre a negociação foi em julho de 2014, durante uma reunião dos Brics. Em outubro do mesmo ano, uma delegação russa foi até o Observatório do Pico dos Dias para ver se ele atendia às exigências do novo aparelho a ser trazido. “Esse é um projeto que fará parte de um sistema de estações que a Rússia pretende espalhar em vários locais da Terra, aumentando as áreas de monitoramento. Na própria Rússia eles já têm uma estação desse tipo; agora que expandiram para o Brasil, devem seguir em busca de novos locais”, explicou Bruch.

O projeto foi idealizado pela Roscosmos e será produzido por uma empresa de alta tecnologia russa, que também será responsável pela instalação do telescópio em solo brasileiro. O papel do Brasil no projeto será fornecer o local e estrutura básicos para o funcionamento dos aparelhos, enquanto a Rússia ficou encarregada de todo o equipamento e instalações. “O projeto tem um valor apreciável, bastante alto. Será tudo bancado pela Rússia”, explicou o astrônomo. Minas Gerais, de acordo com o responsável pelas negociações, foi escolhido por ser o único Estado brasileiro que já tem infraestrutura para suportar um aparelho dessa complexidade – o Observatório do Pico dos Dias, operado pelo LNA.

A Fundação de Pesquisa e Apoio à Indústria ficará responsável pelo gerenciamento do projeto aqui no Brasil, contratando funcionários que irão operar os instrumentos russos. Agora, o próximo passo de Albert será caracterizar exatamente quais serão os dados obtidos pelo telescópio e em quais áreas da astronomia as informações poderão ser utilizadas. “O projeto fortalece os laços entre Brasil e Rússia e traz grande potencial científico para o país. No início da era das naves espaciais, não se tinha o cuidado com os objetos em órbita. Isso fez com que hoje nós tenhamos uma grande quantidade de detritos espaciais que oferecem grande risco aos satélites ativos e, eventualmente, à própria Terra. O projeto conjunto pretende auxiliar na busca de soluções para esse grande problema e também para pesquisa astronômica conduzida no país”, disse Bruch.

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