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Por que as baleias são os maiores animais do planeta?

Mudanças na temperatura e na distribuição das presas nos oceanos nos últimos 4,5 milhões de anos podem ser a chave para o crescimento desses gigantes

Por Da redação
Atualizado em 24 Maio 2017, 16h58 - Publicado em 24 Maio 2017, 16h33

Pesando cerca de 200 toneladas e com comprimento que pode chegar aos 30 metros, a baleia-azul é o maior animal da Terra. É aproximadamente o tamanho de um avião – só o coração pode ter as dimensões de um carro popular. Para descobrir como as baleias ficaram tão grandes, pesquisadores americanos decidiram procurar as razões na evolução desses cetáceos. Em estudo publicado nesta quarta-feira no periódico científico Proceedings of the Royal Society Bos cientistas demonstram que esses animais se tornaram seres gigantes apenas nos últimos 4,5 milhões de anos e o motivo de tal crescimento pode estar em transformações ambientais que levaram a mudanças na distribuição dos alimentos das baleias.

“Vivemos em uma era de gigantes. As baleias jamais foram tão grandes”, disse Jeremy Goldbogen, da Universidade Stanford, um dos autores da pesquisa.

Baleias gigantes

Para chegar a essas conclusões, os cientistas do Museu de História Natural Smithsonian, e das Universidades Stanford e de Chicago, nos Estados Unidos, analisaram fósseis de 63 espécies extintas e esqueletos de 13 espécies modernas. O estudo mostrou que as baleias, que surgiram há cerca de 30 milhões de anos, foram “pequenas” (com cerca de dez metros de comprimento) ao longo da maior parte de sua evolução. Foi só por volta de 3 milhões de anos atrás que esses animais começaram a se separar em linhagens distintas, com tamanhos maiores.

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Baleia azul, o maior animal vertebrado da história, na costa da Califórnia, Estados Unidos
Baleia-azul, o maior animal vertebrado do planeta, na costa da Califórnia, Estados Unidos. (Copyright Silverback Films/BBC/Divulgação)

Em seguida, os cientistas recolheram dados ambientais, com o objetivo de descobrir o porquê dessa mudança. Reunidas, as informações mostraram que o crescimento dos cetáceos coincidiu com o início das glaciações, há cerca de 4,5 milhões de anos atrás. Nesse período, segundo os autores, as mudanças climáticas modificaram a distribuição dos alimentos das baleias nos oceanos. Em algumas partes do ano, como a primavera e o verão, havia uma ampla oferta de nutrientes, enquanto em outras, como outono e inverno, eles eram escassos.

“Antes que as geleiras cobrissem o Hemisfério Norte, os recursos estavam bem distribuídos nos oceanos. Mas, com o começo da glaciação, escorrimentos dos novos mantos de gelo durante o verão podem ter levado os nutrientes para as águas costeiras, aumentando o suprimento de comida em algumas áreas”, explicou Nicholas Pyenson, do Museu de História Natural Smithsonian, um dos autores do estudo.

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Com isso, animais capazes de abocanhar grandes quantidades de alimentos e armazenar seus nutrientes durante longos períodos de escassez passaram a ter vantagem evolutiva. Aos poucos, as espécies menores desapareceram e deram espaço a animais cada vez maiores que, além de conseguir manter-se alimentados nos períodos em que as presas eram raras, são capazes de migrar milhares de quilômetros para aproveitar o suprimento sazonal de comida abundante em pontos distantes.

Papel das baleias

Segundo os cientistas, a compreensão das razões que estimularam as mudanças no tamanho das baleias pode ajudar no desenho de estratégias futuras para a conservação desses animais.

“O tamanho de um animal determina seu papel ecológico”, explica Pyenson. “Nosso estudo ilumina como os oceanos e o clima atuais podem sustentar nossos maiores vertebrados. Contudo, esses dois fatores estão sofrendo transformações em escalas geológicas, no período de apenas uma geração. Com essas transformações tão velozes, será que o oceano terá capacidade de sustentar bilhões de pessoas e também as maiores baleias? As pistas para responder a essa questão estão em nossa habilidade de aprender com o passado da Terra – algo crucial para nosso presente.”

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