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Poluição do mar está tornando pele de cobras marinhas mais escura

Estudo indica que serpentes marinhas vivendo em áreas de atividade humana estão tornando completamente pretas em resposta a metais pesados presentes na água

Por Da redação
Atualizado em 16 ago 2017, 16h23 - Publicado em 11 ago 2017, 19h44

Uma espécie de serpente marinha que vive nos recifes de coral dos oceanos Índico e Pacífico está mudando a coloração de sua pele por causa da poluição do mar. Segundo uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira no periódico Current Biology, animais da espécie Emydocephalus annulatus que vivem em regiões com grande atividade humana, como perto de cidades ou bases militares, estão perdendo suas listras pretas e brancas naturais e se tornando completamente pretas. Os cientistas associaram a mudança da coloração à maior exposição à poluição no ambiente.

A pele escura, de acordo com os cientistas, foi a resposta adaptativa que os animais encontraram para “filtrar” uma parte dos metais pesados que estão na água, uma vez que estes são absorvidos pela pele e depois eliminados quando elas descascam. A descoberta coloca as serpentes do mar como mais um nome na crescente lista de espécies que apresentam “melanismo industrial”, termo que faz referência à maior prevalência de cores escuras na pele ou pelo de animais em áreas industriais. “Até em um recife de coral aparentemente intocado as atividades humanas podem trazer problemas sérios para os animais que vivem ali”, afirma em comunicado o biólogo Rick Shine, pesquisador da Universidade de Sidnei, na Austrália.

A ecóloga marinha Claire Goiran, da Universidade de Nova Caledônia, principal autora do estudo, suspeitou que a pele mais escura pudesse estar relacionada à exposição de poluentes porque estudos anteriores já haviam revelado que o mesmo ocorria com outros animais. As penas escuras dos pombos urbanos em Paris, por exemplo, armazenam mais zinco do que as penas claras. Ela e seus colegas se questionaram, então, se uma coisa parecida poderia estar acontecendo com as serpentes.

Para descobrir, os pesquisadores mediram elementos presentes em 1.400 restos de peles de serpentes do mar que haviam trocado a proteção. Eles fizeram uma comparação das concentrações de elementos tóxicos em animais que viviam em áreas urbanas ou industriais e outras regiões, além de avaliar a diferença das substâncias em serpentes com pele escura e clara.

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Os resultados, segundo eles, corresponderam ao que já imaginavam – as concentrações desses elementos eram maiores nos animais das áreas urbanas e industriais, assim como nas serpentes com a pele mais escura. Os pesquisadores descobriram, ainda, que os animais com a pele mais escura trocam de pele com o dobro de mais frequência se comparados às serpentes de pele clara.

Se as peles escuras são uma resposta aos níveis de poluição, de acordo com os cientistas, isso significaria uma mudança evolutiva bastante rápida, além de um sinal alarmante sobre como a atividade humana tem implicações de longo alcance.

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