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Planeta habitável é descoberto em sistema solar vizinho

Batizado de "Proxima b", ele está a 4,2 anos-luz de distância e é o exoplaneta potencialmente habitável mais próximo da Terra

Por Da redação
Atualizado em 24 ago 2016, 18h57 - Publicado em 24 ago 2016, 15h21

Cientistas anunciaram a descoberta de um novo planeta habitável que orbita a estrela mais próxima do Sol. Batizado de “Proxima b”, é o exoplaneta (planeta localizado além dos limites do sistema solar) mais perto da Terra a ter temperaturas que permitem a existência de água líquida – e, portanto, vida – em sua superfície. Os astrônomos aguardavam a descoberta de um mundo com essas condições, muito perto de nós, desde que começaram a vasculhar o universo em busca de planetas que pudessem abrigar seres vivos. A 4,2 anos-luz (cada ano-luz equivale a 9,46 trilhões de quilômetros) de distância de nós, o novo planeta é possivelmente rochoso e tem a massa 1,3 vez maior que a da Terra. Os detalhes da descoberta ganharam a capa desta quarta-feira da revista Nature.

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“Proxima b provavelmente será o primeiro exoplaneta visitado por uma sonda feita por seres humanos”, disse Julien Morin, coautor do estudo e astrofísico da Universidade de Montpellier, na França, à AFP. “Finalmente, conseguimos mostrar que um planeta com pouca massa, provavelmente rochoso, está orbitando a estrela mais próxima do nosso sistema solar.”

Capaz de abrigar vida alienígena

A descoberta de Proxima b é fruto do trabalho de dezesseis anos de uma equipe de mais de trinta cientistas que trabalharam com as observações feitas pelos telescópios e outros instrumentos do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês). Os pesquisadores analisaram dados que mediram pequenos movimentos da estrela, resultado da força gravitacional de um provável planeta orbitando a seu redor.

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O estudo mostra que o novo planeta completa uma volta em torno de sua estrela, Proxima Centauri, a cada 11,2 dias terrestres. A estrela está na categoria anã vermelha e tem 14% do diâmetro do Sol. Isso significa que é um pouco mais fria e menos brilhante que nosso astro. O novo planeta está a uma distância de 7,5 milhões de quilômetros de sua estrela, cerca de 5% da distância da Terra ao Sol. É muito próximo, mas é o que possibilita a existência de temperaturas amenas o suficiente para que a água ganhe a forma líquida, condição fundamental para o aparecimento de vida.

Contudo, essa mesma distância oferece alguns perigos para o surgimento de seres vivos sobre a superfície de Proxima b. Ela faz com que o planeta seja bombardeado, sem cessar, por raios-X e ultravioleta. A única proteção para essa alta energia que vem da estrela seria uma atmosfera ou um campo magnético, que os astrônomos ainda não sabem se existe. Essa camada poderia ser parecida com a da Terra, com a de Vênus (que possui 95% de dióxido de carbono) ou ausente.

Assim como a Lua em relação à Terra, Proxima b tem uma face sempre exposta para sua estrela e a outra na sombra. Se o planeta for coberto por uma atmosfera, a temperatura pode variar em um intervalo de menos 30 graus Celsius no lado escuro e 30 graus Celsius no lado da luz, de acordo com os cálculos dos astrônomos.

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Fora do Sistema Solar

Cerca de 3.500 exoplanetas foram descobertos desde a primeira observação confirmada, em 1995. Mas muitos destes mundos são gasosos, como Júpiter e Netuno, o que faz com que sejam inóspitos. Os cerca de 10% que têm superfícies rochosas são, em sua maioria, muito frios ou quentes demais para conter água na forma líquida. Até hoje, os poucos que estão em uma zona ideal e seriam, portanto, habitáveis, estão muito distantes de nós.

No ano passado, a Nasa descobriu o Kepler 452b, um planeta 60% maior do que a Terra que poderia ter vulcões ativos, oceanos, gravidade, luz do sol como a nossa, e um ano com duração de 385 dias. Mas, a uma distância de 1.400 anos-luz, a humanidade tem poucas esperanças de alcançá-lo.

Proxima b está mais perto, mas, ainda assim, é impossível alcançá-lo com a tecnologia atual.

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“Este é um sonho para os astrônomos”, disse Ansgar Reiners, astrônomo do Instituto de Astrofísica da Universidade de Gottingen, na Alemanha, e um dos autores do estudo. “O campo de exoplanetas percebeu recentemente que buscar planetas em torno de anãs vermelhas (o tipo mais comum de estrela na Via Láctea) é o que vai ser mais espetacular, já que é possível encontrar planetas com água líquida mais facilmente.”

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