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Pequeno primata ‘conversa’ em ultrasom, revela estudo

Por Por Marlowe Hood
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h46 - Publicado em 8 fev 2012, 17h40

Um dos menores primatas do mundo, o társio filipino, se comunica em uma faixa de ultrasom, inaudível tanto para sua presa quanto para seu predador, revelou um estudo publicado nesta quarta-feira.

De tamanho aproximado ao de uma mão humana, o társio filipino, cujo nome científico é ‘Tarsius syrichta’, é capaz de ouvir e emitir sons em uma frequência que efetivamente lhe garante um canal privado para dar alertas ou ir atrás de um lanche noturno, destacou o estudo.

Apenas uns poucos mamíferos são conhecidos pela capacidade de enviar e receber sinais vocais na faixa de ultrasom, acima dos 20 kilohertz (kHz), entre eles albumas baleias, gatos domésticos e um punhado das muitas espécies de morcegos.

E poucos dentre estes conseguem guinchar, gritar ou grasnir na mesma altitude sonora do olhudo társio, que até agora era equivocadamente descrito como “comumente silencioso”, afirmaram os pesquisadores.

Seus ouvidos ultrasensíveis são capazes de captar frequências acima dos 90 kHz e ele consegue vocalizar em uma faixa de cerca de 70 kHz.

Comparativamente, os humanos geralmente não conseguem ouvir nada acima dos 20 kHz e o som do apito canino varia entre 22 e 23 kHz.

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Uma equipe de cientistas dos Estados Unidos e das Filipinas, chefiada por Marissa Ramsier, da Humboldt State University, na Califórnia, reuniram seus resultados inaudíveis de duas formas.

Eles primeiro capturaram seis indivíduos desta dócil espécie noturna e os colocaram em câmaras sonoras especiais para testar sua sensibilidade a sons de alta frequência.

Depois dos experimentos, os animais raros e em risco de extinção foram devolvidos, ilesos, ao seu hábitat natural, na ilha filipina de Mindanao.

Para medir a frequência da conversa em ultrasom do társio, os cientistas gravaram outros 35 espécimes em seu ambiente natural.

“A frequência mínima da conversa – 67 kHz – é a mais alta de todos os mamíferos terrestres, excluindo os morcegos e alguns roedores”, destacou o estudo, publicado no periódico Biology Letters, da British Royal Society’s.

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Quais seriam as vantagens para o társio de emitir sons vocais em frequência tão elevada? Segundo os cientistas, algumas.

Uma seria a capacidade de soar um alarme silencioso.

“Chamados ultrasônicos podem ser vantagosos, tanto para o emissor quanto para o receptor, e são potencialmente difíceis de detectar e localizar para os predadores”, explicaram os cientistas.

A audição excepcional do pequeno primata também pode facilitar a escuta de ruídos emitidos pela preza, que neste caso particular variam de grilos e baratas – sua dieta padrão – a mariposas, gafanhotos ou aves feridas ocasionais.

Finalmente, o estudo especula que ser capaz de se comunicar em faixas de ultrasom extrai todo o “ruído” de baixa frequência e os barulhos comuns a um ambiente tropical.

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