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Overdoses por analgésicos opioides dobram entre jovens dos EUA

De acordo com novo estudo, mais de 13.000 crianças e adolescentes foram hospitalizadas no país entre 1997 e 2012. Dessas, 176 morreram

Por Da redação
Atualizado em 4 dez 2020, 16h55 - Publicado em 1 nov 2016, 12h07

As hospitalizações por overdose de analgésicos opioides, como oxicodona, metadona e morfina e derivados de codeína, mais que dobrou entre as crianças e adolescentes americanos entre 1997 e 2012, revela um novo estudo. Tentativas de suicídio e ingestão acidental foram responsáveis por uma parte crescente dessas intoxicações segundo os autores do levantamento, publicado na revista científica JAMA Pediatrics, na última segunda-feira.

Nos Estados Unidos, há a preocupação crescente com o aumento do número de viciados, overdoses e mortes pelo abuso destes medicamentos. Em 2012, os médicos americanos prescreveram 259 milhões de receitas de analgésicos opioides. No Brasil, apesar de a maior preocupação ser o consumo excessivo de analgésicos simples (dipirona ou paracetamol), o uso dos analgésicos opioides tem se tornado mais comum.

Overdoses

Os pesquisadores, da Universidade Yale, nos Estados Unidos, analisaram dados americanos de hospitalizações pediátricas e descobriram que 13.052 crianças e adolescentes de um a dezenove anos foram internados por overdose de opioides prescritos por médicos no período. Dessas, 176 morreram.

Os maiores riscos foram identificados em crianças de um a quatro anos e adolescentes de quinze a dezenove anos. Entre as crianças dessa idade, as internações aumentaram 205% e, entre os adolescentes com mais de quinze anos, 161%.

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As crianças pequenas foram hospitalizadas principalmente por ingestão acidental de analgésicos, enquanto as tentativas de suicídio ou os ferimentos auto infligidos representaram a maioria dos casos de overdoses entre os adolescentes, segundo Julie Gaither, epidemiologista na Escola de Medicina da Universidade de Yale, e uma das autoras do estudo. As overdoses entre outros adolescentes resultaram, provavelmente, de tentativas de sentir efeitos semelhantes aos de drogas.

Os autores atribuem a explosão do número de overdoses de analgésicos entre as crianças a seus pais ou a outros adultos da família que forneceram acesso aos medicamentos. Em geral, as intoxicações atribuídas a remédios prescritos se tornaram a principal causa “de morte resultante de lesão” nos Estados Unidos. Isso se deve, principalmente, ao grande aumento da presença de analgésicos poderosos em lares americanos.

“A maior parte dos estudos sobre o assunto é focado em adultos. Contudo, os opioides são um problema que afetam as pessoas durante toda a vida, do período neonatal aos idosos e precisamos prestar atenção em como as crianças estão sendo afetadas”, afirmou Julie, em comunicado.

Segundo os autores, é necessário que os médicos conversem com seus pacientes sobre formas de armazenar os medicamentos de forma segura e fora do alcance de crianças. Além disso, os analgésicos que sobram nas caixas devem ser descartados ou guardados em segurança, para prevenir a ingestão por aqueles que não receberam a prescrição.

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Opioides

A preocupação com o uso de opioides se agravou após o aumento do número de mortes associadas à overdose destes medicamentos, principalmente nos Estados Unidos. Recentemente, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês) lançou, pela primeira vez, diretrizes sobre o uso e prescrição de analgésicos dessa classe terapêutica.

No Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (Sbed), o maior problema é o consumo abusivo de analgésicos simples e de anti-inflamatórios, como nimesulida e cetoprofeno.

(Com AFP)

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