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Nasa: tempestades solares ‘roubaram’ atmosfera de Marte, tornando-o inóspito

Quatro estudos publicados na revista 'Science' nesta quinta-feira (5) revelam como o planeta deixou de ser úmido e quente para se tornar o ambiente árido e gelado do presente

Por Da Redação
Atualizado em 10 dez 2018, 09h41 - Publicado em 5 nov 2015, 19h27

Violentas tempestades solares ‘arrancaram’ a atmosfera de Marte há bilhões de anos, transformando o planeta quente e úmido no ambiente gelado e inóspito de hoje. Dados da missão Maven (Mars Atmosphere and Volatile Evolution), da Nasa, publicados em quatro estudos que ganharam a capa da revista Science nesta quinta-feira (5) revelam que durante os vendavais solares o planeta perde porções de sua já fina atmosfera em velocidade entre 10 e 20 vezes superior ao normal. De acordo com os cientistas, esse pode ser um evento-chave da evolução do planeta.

“É como o roubo diário de poucas moedas de uma caixa registradora – a perda se torna significativa ao longo do tempo”, explica Bruce Jakosky, cientista da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, e principal pesquisador da sonda Maven, em comunicado da Nasa. “Percebemos que a erosão atmosférica aumenta significativamente durante as tempestades solares e acreditamos que essa taxa era ainda maior há bilhões de anos, quando o Sol era jovem e mais ativo.”

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Informações colhidas por sondas e missões enviadas a Marte, como as evidências de água líquida em sua superfície, levaram os cientistas a acreditar que o planeta, que tem cerca de 4,6 bilhões de anos, tinha uma densa atmosfera, que protegia a superfície, tornando-a propícia à formação de rios, lagos, oceanos e, talvez, algum tipo de vida. Contudo, ao longo do tempo, o planeta perdeu sua atmosfera. Atualmente ela é bastante rarefeita, formada principalmente por dióxido de carbono (95,3%) e incapaz de reter calor suficiente para manter por longos períodos água líquida em sua superfície – ingrediente fundamental à vida. A grande questão é descobrir quando, como e por que isso aconteceu.

Os quatro estudos publicados na Science trazem as respostas mais concretas até o momento. A sonda Maven, lançada em novembro de 2013 para descobrir como Marte perdeu sua atmosfera e água, presenciou intensas tempestades solares que aconteceram em março deste ano e os dados colhidos revelaram que esse processo é fundamental para a alteração do clima do planeta.

Durante esses eventos, as partículas (principalmente prótons e elétrons) que escapam do Sol em velocidades altíssimas criam um forte campo magnético que, ao esbarrar na fina atmosfera de Marte, faz com que átomos das camadas superiores escapem para o espaço, como um “descascamento” da atmosfera.

Auroras – Outra consequência das explosões solares são os fenômenos que na Terra são conhecidos como auroras boreais – e em Marte também acontecem. Um dos estudos da Science analisa o fenômeno que, no planeta vermelho seria mais fraco e difuso. O fenômeno, que na Terra tem origem em tempestades solares que se chocam com o campo magnético do planeta (produzido pelo ferro do núcleo terrestre), tingindo os céus de tons coloridos, foi registrado pela primeira vez em Marte pela sonda Expresso Marte, da Agência Espacial Europeia (ESA), em 2004, e registrado novamente pela Maven. Contudo, como o planeta vermelho não dispõe de campo magnético, a tempestade solar estaria interagindo com o magnetismo remanescente da superfície, como se fosse um “campo magnético fóssil”, criando as auroras.

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A sonda Maven chegou à atmosfera de Marte em 2014 e é a primeira inteiramente dedicada à ação solar no planeta. Sua primeira missão terá fim em novembro de 2016.

Confira o vídeo feito pela Nasa para explicar como a ação dos ventos solares “arranca” a atmosfera de Marte:

https://www.youtube.com/watch?v=jucihckaFMg

(Da redação)

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