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Morre britânico Keith Campbell, um dos pais da ovelha Dolly

Pesquisador foi um dos responsáveis por criar o primeiro clone de um mamífero

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h26 - Publicado em 11 out 2012, 18h06

Keith Campbell, um dos cientistas britânicos que participaram da clonagem da ovelha Dolly, morreu aos 58 anos de idade no dia 5 de outubro. O anúncio foi feito nesta quinta-feira por uma porta-voz da Universidade de Nottingham, onde Campbell trabalhava desde 1999.

O cientista fez parte da equipe de cinco pesquisadores do Instituto Roslin de Edimburgo, na capital da Escócia, que se tornou mundialmente famosa em 1996, ao clonar pela primeira vez um mamífero a partir de uma célula adulta, a ovelha Dolly.

Membro do instituto desde 1991, o biólogo celular realizou boa parte das pesquisas que levaram ao desenvolvimento do clone. Alguns anos depois, Ian Walmut, que era o líder da equipe, admitiu que 66% dos méritos do trabalho eram de Campbell.

O pesquisador deixou o Instituto Roslin em 1999, quando aceitou um cargo de professor de Desenvolvimento Animal na Faculdade de Ciências Biológicas da Universidade de Nottingham, na Inglaterra. A causa de sua morte não foi informada.

Clonagem – O nascimento de Dolly, que ocorreu no dia 5 de julho de 1996, embora não tenha sido anunciado até o ano seguinte, provocou um grande debate sobre as vantagens e as desvantagens da clonagem.

“Sua pesquisa foi importantíssima. Ao conseguir clonar o primeiro mamífero, ele quebrou um paradigma, e fez questão de que a clonagem ficasse mundialmente conhecida”, disse a geneticista Lygia da Veiga Pereira, chefe do Laboratório Nacional de Células-Tronco Embrionárias da Universidade de São Paulo.

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Arquivo digital: Dolly, a revolução dos clones

Depois de envelhecer de forma prematura, a ovelha precisou ser sacrificada em 2003. Após a pesquisa de Campbell, a clonagem animal se desenvolveu muito, especialmente entre animais domésticos, e a ovelha foi seguida por cavalos, touros, porcos, ratos, coelhos, gatos e cachorros.

Opinião do especialista

Lygia da Veiga Pereira, chefe do Laboratório Nacional de Células-Tronco Embrionárias da USP ()

Lygia da Veiga Pereira

Geneticista; chefe do Laboratório Nacional de Células-Tronco Embrionárias da USP.

“A pesquisa da equipe de Keith Campbell foi muito importante. Ela abriu as portas da clonagem animal. No rastro da Dolly, surgiram clones de várias outras espécies de mamíferos, como ratos, coelhos e cavalos. Hoje, o principal campo da clonagem é o de bovinos, que move um enorme interesse comercial. Além disso, a maioria das pessoas só ouviu falar de clonagem depois da Dolly.

“A pesquisa de Campbell fez parte do caminho que levou ao Nobel de Medicina deste ano. Nesta segunda-feira, o prêmio foi concedido a dois pesquisadores dessa área. O primeiro estudo premiado foi realizado nos anos 60, e foi pioneiro na clonagem de sapos. O segundo, de 2006, mostrou que as células de um humano adulto poderiam ser reprogramadas para virar células-tronco semelhantes às embrionárias. A pesquisa de Campbell foi realizada no meio tempo, e mostrou que havia alguma substância no óvulo de um mamífero que era capaz de reverter uma célula adulta para o estado embrionário – passo importantíssimo desse percurso. Eu imagino que os organizadores do prêmio devem ter discutido muito sobre quais pesquisadores mereciam ganhar esse Nobel, e chegaram a cogitar premiar a equipe de Campbell.”

(com Agência France-Presse)

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