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Molécula achada no espaço pode ajudar a explicar a origem da vida

Cientistas acreditam que se conseguirem entender a quiralidade da molécula encontrada no espaço poderão compreender melhor as moléculas quirais na Terra

Por Da redação
Atualizado em 16 jun 2016, 10h54 - Publicado em 16 jun 2016, 10h50

Pesquisadores americanos anunciaram nesta semana que encontraram uma molécula orgânica no espaço que pode explicar como se formou a vida na Terra. Essa foi a primeira vez que uma molécula quiral, como é chamada, foi encontrada fora do Sistema Solar. A descoberta será publicada na revista científica Science, mas os resultados foram apresentados no congresso anual da American Astronomical Society. O achado pode ajudar a resolver um mistério biológico de longa data.

De acordo com os pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), que realizaram o estudo, assim como os humanos, as moléculas orgânicas que compõem o universo tendem a escolher um lado para realizar os processos biológicos – para a direita, chamadas de destras, ou para a esquerda, canhotas – uma preferência conhecida como quiralidade. A maioria das moléculas na Terra se inclina para a esquerda, mas os cientistas desconhecem o motivo.

A molécula interestelar recentemente descoberta é a mais complexa já encontrada fora da Via Láctea e a primeira molécula quiral a ser detectada no espaço interestelar. “É um salto pioneiro na nossa compreensão de como as moléculas prebióticas (que deram origem à vida) se formam no universo e os efeitos que elas podem ter sobre as origens da vida”, disse Brett McGuire, coautor do estudo e químico do National Radio Astronomy Observatory (NRAO), em Virgínia, Estados Unidos.

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Moléculas quirais se formam como um “espelho”, ou seja, são duplicadas “ao contrário”, como as mãos humanas. Os cientistas já tinham descoberto moléculas quirais em meteoritos na Terra e em cometas no Sistema Solar, mas até agora não havia registro de tais moléculas no espaço interestelar. Utilizando um radiotelescópio extremamente sensível, os pesquisadores encontraram a molécula de óxido de propileno (CH3CHCH2O) em uma nuvem de poeira e gás chamada Sagitário B2(N).

Ao se inclinarem para a esquerda ou para a direita, as moléculas têm uma vantagem biológica, porque a adequação as ajuda a construir estruturas mais complexas. “O óxido de propileno está entre as moléculas mais complexas e intrincadas estruturalmente detectadas até agora no espaço”, disse Brandon Carroll, coautor do estudo no Caltech.

Mistério – Certas biomoléculas como os aminoácidos – que compõem as proteínas – são exclusivamente “canhotas”, enquanto alguns açúcares, incluindo os que compreendem o DNA, tendem para a direita. Mesmo assim, como os organismos terrestres escolheram essa lateralidade ainda é um mistério para a ciência.

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Agora, os cientistas estão esperançosos de que a descoberta interestelar possa ajudar a resolver o enigma ao esclarecer quais ingredientes formaram a base do nosso sistema solar. Eles acreditam que, se conseguirem entender a quiralidade da molécula de óxido de propileno encontrada no espaço, poderão compreender melhor as moléculas quirais na Terra. “Se quisermos testar nossas teorias, precisamos ver uma molécula quiral em outra nuvem de gás e poeira como a nossa. Foi isso que fizemos, e por isso estamos tão animados. Agora podemos começar experimentos reais para verificar como e por que as preferências mudaram para um lado ou outro”, disse McGuire ao site de VEJA.

Assista abaixo ao vídeo da Science sobre a molécula encontrada no espaço (em inglês):

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