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Império Romano e dinastia chinesa foram emissoras de gases de efeito estufa, diz estudo

Metano provavelmente foi liberado durante o desmatamento para liberar terra para agricultura e pelo uso do carvão como combustível

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h26 - Publicado em 3 out 2012, 22h02

O mundo registrou um grande aumento na emissão dos gases do efeito estufa durante o auge do Império Romano e a dinastia chinesa Han (iniciada com a coroação do imperador Liu Bang, em 206 a.C. e durou até 220 d.C), de acordo com pesquisa publicada na revista Nature. O estudo contradiz a visão da ONU de que a mudança climática provocada pelo homem começou apenas por volta do século XIX.

Um registro da atmosfera presa no gelo da Groenlândia indicou que o nível de metano subiu há cerca de 2.000 anos e permaneceu nesse nível mais alto por cerca de dois séculos.

O metano provavelmente foi liberado durante o desmatamento para liberar terra para agricultura e pelo uso do carvão como combustível, por exemplo para fundir metal a fim de fazer armas, disse a coordenadora do estudo, Celia Sapart, da Universidade Utrecht, na Holanda.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Natural and anthropogenic variations in methane sources during the past two millennia

Onde foi divulgada: revista Nature

Quem fez: C. J. Sapart, G. Monteil, M. Prokopiou, R. S. W. van de Wal, J. O. Kaplan, P. Sperlich, K. M. Krumhardt, C. van der Veen, S. Houweling, M. C. Krol, T. Blunier, T. Sowers, P. Martinerie, E. Witrant, D. Dahl-Jensen e T. Röckmann

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Instituição: Universidade Utrecht, na Holanda

Dados de amostragem: registro da atmosfera presa no gelo da Groenlândia

Resultado: nível de metano subiu há cerca de 2.000 anos e permaneceu nesse nível mais alto por cerca de dois séculos, provavelmente liberado pelo desmatamento e pelo uso do carvão.

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“Já havia uma grande emissão per capita no Império Romano e durante a dinastia Han”, disse a pesquisadora sobre os achados de uma equipe formada por cientistas de diversos países.

Os índices de desmatamento “apresentam uma redução por volta de 200 d.C.,o que está relacionada ao declínio drástico da população na China e na Europa seguindo-se à queda da dinastia Han e ao declínio do Império Romano”, escreveram os cientistas.

Emissões minúsculas – As emissões provocadas pelo homem há 2.000 anos, quando a população mundial era estimada em 300 milhões, eram perceptíveis, mas minúsculas se comparadas com os níveis atuais causados por uma população de 7 bilhões.

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Sapart estimou que as emissões de metano até 1.800 representam cerca de 10% do total dos últimos 2.000 anos, enquanto 90% ocorreram depois da Revolução Industrial.

O metano é gerado por fontes humanas, incluindo a queima de florestas e de combustíveis fósseis, plantações de arroz, pecuária ou aterros sanitários. Entre as fontes naturais, estão os pântanos, os incêndios florestais e os vulcões.

As descobertas do grupo de Sapart questionam a posição de um painel da ONU de cientistas do clima, segundo a qual a mudança climática provocada pelo homem começou na esteira do uso de combustíveis fósseis durante a Revolução Industrial.

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“A era pré-industrial não foi uma época natural para o clima — ele já era influenciado pela atividade humana”, afirmou ela. “Quando fazemos predições climáticas para o futuro, temos de pensar sobre o que é natural e sobre o que acrescentamos. Temos de definir o que de fato é natural”, afirmou.

Os cientistas, localizados na Holanda, na Suíça, na Dinamarca, nos Estados Unidos e na França — observaram um segundo aumento no metano na Idade Média, coincidindo com um período quente registrado entre 800 e 1200, no qual a economia da Europa se desenvolveu.

(Com Agência Reuters)

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