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Ilha remota pode ser o lugar com mais resíduos plásticos no mundo

38 milhões de pedaços de plástico foram encontrados em uma das ilhas mais isoladas do planeta, tornando-a o lugar com a maior densidade de lixo no mundo

Por Da redação
17 Maio 2017, 09h31

A poluição alcançou uma das ilhas mais remotas do planeta – e, ainda, pode ter transformado o local no ponto com maior densidade de resíduos plásticos do mundo, segundo um estudo publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences nesta segunda-feira.

De acordo com os pesquisadores, quase 38 milhões de pedaços de plástico foram encontrados na Ilha Henderson, localizada no meio do Pacífico Sul, dentro do território ultramarino britânico, a 5.000 quilômetros do centro populacional mais próximo. O local não possui habitantes humanos, mas, mesmo assim, apresenta uma quantidade surpreendente de lixo industrial.

“O que aconteceu na Ilha Henderson mostra que não existe escapatória para a poluição de plásticos, até mesmo na parte mais distante dos nossos oceanos”, afirma em comunicado a conservacionista Jennifer Lavers, pesquisadora do Instituto para Estudos Marinhos e Antárticos da Universidade da Tasmânia, na Austrália.

A ilha é tão remota que só é visitada a cada cinco a dez anos, para fins de pesquisa. Sua localização próxima ao centro do maior sistema de correntes oceânicas do mundo, o Giro do Pacífico Sul, no entanto, a torna um ponto focal para detritos transportados da América do Sul ou depositados por barcos de pesca. Durante a última expedição até o local, Lavers e sua equipe encontraram as praias da ilha cobertas de resíduos plásticos, contabilizando cerca de 671 itens por metro quadrado, a maior densidade já registrada.

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Ilha remota britânica tem maior concentração de poluição, segundo estudo da Universidade da Tasmânia
Pilha de lixo encontrada em uma praia da ilha. Por dia, 3.570 novos objetos são depositados lá. (University of Tasmania/Divulgação)

Baseando-se em amostras de quatro pontos da ilha, a equipe estimou que a quantidade de lixo depositado na ilha pode pesar mais de 17 toneladas – e 3.570 novos itens plásticos chegam todos os dias a apenas uma das praias estudadas, sem contar as demais. “É provável que nossos dados, na verdade, subestimem a real quantidade de detritos na Ilha Henderson, pois só conseguimos amostrar pedaços maiores do que dois milímetros até uma profundidade de 10 centímetros, e não fomos capazes coletar amostras ao longo de falésias e da costa rochosa”, afirma Lavers.

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Se as estimativas estiverem corretas, algumas partes da ilha poderiam ser consideradas as mais poluídas por resíduos plásticos do mundo. Porém, outros pesquisadores apontam que os dados no estudo de Lavers são extremamente variáveis e que diferentes técnicas de amostragem podem produzir resultados divergentes. De qualquer forma, sendo um recorde ou não, é claro pelas imagens tiradas pela cientista e sua equipe que a ilha possui uma quantidade preocupante de lixo.

“Longe de ser a ‘ilha deserta’ intocada que as pessoas podem imaginar quando pensam em um lugar tão remoto, a Ilha Henderson é um exemplo chocante, mas típico, de como detritos de plástico estão afetando o meio ambiente em uma escala global”, diz a Lavers. “A pesquisa mostrou que mais de 200 espécies estão em risco de comer plástico, e 55% das aves marinhas do mundo, incluindo duas espécies encontradas na Ilha Henderson, estão em risco por causa dos detritos marinhos.”

Segundo ela, a grande maioria das 300 milhões de toneladas de plástico produzidas no mundo a cada ano não é reciclada, e, como os resíduos flutuam e têm grande durabilidade, causam um enorme impacto a longo prazo no oceano. “Os detritos plásticos são um perigo de emaranhamento e ingestão para muitas espécies, criam uma barreira física nas praias para animais como tartarugas marinhas e diminuem a diversidade de invertebrados da costa”, diz.

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