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Fósseis de bisões trazem pistas da migração humana nas Américas

Humanos teriam utilizado rota alternativa para migrar entre Américas antes mesmo da abertura de um corredor sem gelo nas Montanhas Rochosas no Canadá

Por Da redação
Atualizado em 8 jun 2016, 17h12 - Publicado em 8 jun 2016, 14h10

Uma equipe de pesquisadores do Canadá analisou fósseis de bisões de milhares de anos atrás e descobriu pistas sobre a ocupação humana das Américas durante o pleistoceno (entre cerca de 2,6 milhões e 12.000 anos). A pesquisa, publicada nesta semana no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS),  contesta a hipótese de que os humanos tenham migrado do norte ao sul por uma passagem pelas Montanhas Rochosas, no Canadá. Segundo estimativa dos cientistas, esse corredor se abriu no gelo há cerca de 13 mil anos, mas, à época, o homem já havia chegado, por outro caminho, às regiões mais ao sul.

Migração – Em 1970, pesquisas identificaram que os humanos migraram da Sibéria para o Alasca por meio da chamada Ponte Terrestre de Bering, “seguindo” os passos de uma de suas principais fontes de alimentação, os bisões. Ao pisarem em solo americano, contudo, os humanos teriam ficado “ilhados” do restante do continente por causa de uma grande placa de gelo que se estendia pelo Canadá. Pesquisadores acreditavam que, durante o pleistoceno, uma passagem teria se aberto na região onde ficam as Montanhas Rochosas, possibilitando que os humanos migrassem do norte para o sul e se espalhassem pelo continente.

Estudos iniciais de Beth Shapiro, professora de ecologia e biologia evolutiva da UC Santa Cruz e coautora da pesquisa, mostraram que, quando essa grande placa de gelo se formou onde é hoje o Canadá, os bisões já existiam na região e foram isolados em dois grupos, o do sul e o do norte. Com o tempo, as duas populações se diferenciaram geneticamente. Por isso, identificar um bisão com DNA característico do sul na região norte (ou vice-versa) significaria que, de alguma forma, eles conseguiram vencer a barreira geográfica.

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Ao analisarem a genética dos bisões e datarem os fósseis, os pesquisadores foram capazes de identificar que essa passagem entre o norte e o sul se abriu há 13.000 anos. Como há evidências de assentamento humano no Chile há 15.000 e na Flórida (a sul do Canadá) há 14.500 anos, os cientistas concluíram que essa rota não pode ter sido a primeira utilizada nas migrações humanas.

Rota alternativa – As evidências indicaram aos pesquisadores, portanto, que os humanos teriam encontrado um caminho “alternativo” ao corredor nas Montanhas Rochosas. “Quando o corredor se abriu, as pessoas já estavam vivendo ao Sul da placa de gelo. Como essas pessoas eram caçadoras de bisões, nós podemos assumir que elas tenham seguido esses animais”, afirmou Shapiro.

No entanto, como os humanos chegaram ao Sul antes mesmo de o corredor se abrir é um assunto que ainda está em discussão. Para os autores da pesquisa, uma das únicas rotas que poderiam ser feitas pelos humanos era pela costa do Oceano Pacífico; no entanto, encontrar evidências humanas nessa rota é um grande desafio, e enquanto os ossos desses humanos ancestrais não são encontrados, ainda não é possível provar essa teoria.

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