Falha no Haiti pode provocar outro violento terremoto
Tremor que sacudiu o país em 12 de janeiro deixou mais de 250.000 mortos
O terremoto que sacudiu o Haiti no dia 12 de janeiro deste ano foi devastador, mas não liberou todas as tensões acumuladas através dos anos em uma conhecida falha sísmica. Um estudo americano adverte que ela ainda representa um grande perigo para Porto Príncipe. No início do ano, o violento terremoto, de 7 graus de magnitude e cujo epicentro localizou-se a apenas 25 quilômetros da capital, deixou mais de 250.000 mortos.
A falha Enriquillo Plantain Garden “segue representando um grande perigo sísmico para o Haiti, em particular para a região de Porto Príncipe”, adverte um estudo publicado pela Nature Geoscience. A inquietação é particularmente importante sobre uma faixa de 110 quilômetros que passa ao sul da capital, entre o lago Miragoane, a oeste, e Dumay, a leste. Essas regiões da falha são capazes de gerar um terremoto que poderia criar nessa zona urbana tremores ainda mais violentos na superfície do que os de 12 de janeiro, advertem os autores do estudo.
Causa – Segundo uma equipe de geólogos liderada por Carole Prentice, do serviço geológico dos Estados Unidos de Menlo Park, na Califórnia, entender a origem desse terremoto é mais complicado do que parece. Ela foi atribuída à falha de Enriquillo Plantain Garden, bem identificada pelos pesquisadores, mas cujo funcionamento ainda não se entende bem.
Os pesquisadores estudaram detalhadamente os dados terrestres, fotos aéreas e observações de satélites da falha em busca de rastros deixados pelo terremoto. Embora tenham achado múltiplas provas deixadas pelos tremores do século XVIII (falhas, levantamento de terra, cursos de água desviados, etc.), não encontraram nenhuma que pudesse ser atribuída ao terremoto de 12 de janeiro passado.
Seja qual for a explicação, as observações e os modelos de computador realizados pelos geólogos para tentar explicar esse fenômeno permitem pensar que o terremoto de janeiro não foi suficiente para liberar todas as tensões telúricas que se acumularam na superfície desta falha desde os tremores anteriores, há 250 anos.
(Com agência France-Presse)