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ExoMars: sonda pode ter explodido ao colidir com Marte, diz ESA

Imagens obtidas pela Agência Espacial Europeia (ESA) revelam que módulo Schiaparelli atingiu a superfície em queda livre, a mais de 300 quilômetros por hora

Por Rita Loiola Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 21 out 2016, 20h01 - Publicado em 21 out 2016, 19h51

O módulo Schiaparelli, que deveria pousar lentamente na superfície de Marte na última quarta-feira, provavelmente caiu em queda livre e explodiu ao chocar-se com o planeta. Segundo a análise de imagens obtidas pelo satélite Mars Reconnaissance Orbiter (MRO), da Nasa, e divulgadas nesta sexta-feira, os propulsores que deveriam ajudar a diminuir a velocidade do pouso da sonda, falharam, provocando o impacto. A perda do equipamento coloca em risco o futuro da missão ExoMars, da qual Schiaparelli faz parte, e que pretende abrir caminho para uma missão não tripulada, de ida e volta a Marte, em 2020.

“Estimamos que o Schiaparelli caiu de uma altura entre dois e quatro quilômetros, impactando o solo com uma velocidade considerável, acima de 300 quilômetros por hora”, explica o comunicado da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), responsável pela missão ExoMars.

As imagens foram obtidas pela CTX, uma câmera de baixa resolução a bordo do satélite MRO, que orbita Marte. Os astrônomos da ExoMars ainda vão refinar a análise dos dados enviados pelo módulo antes da queda, para tentar descobrir o motivo por que a aterrissagem não saiu como o previsto.

Pouso em Marte

Composta pelo satélite Trace Gas Orbiter (TGO) e o módulo Schiaparelli, a missão ExoMars deveria colocar TGO em órbita no planeta e fazer um pouso controlado de Schiaparelli sobre a superfície marciana, em uma arriscada descida de seis minutos. Na quarta-feira, às 14h35 (horário de Brasília), os astrônomos captaram sinais de que o satélite havia entrado com sucesso na órbita de Marte, mas o robô Schiaparelli parou de enviar dados pouco antes da aterrissagem – deixando bastante apreensivos os cientistas ESA e da russa Roscosmos, também responsável pela missão.

Segundo o planejamento, após a entrada na atmosfera marciana, o módulo deveria descer em direção à superfície a 21 quilômetros por hora e, com o apoio de paraquedas e propulsores, diminuir a velocidade até pousar no solo.

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Essa aterrissagem controlada em Marte era o maior desafio da missão. Até hoje, apenas americanos pousaram equipamentos com sucesso no planeta. O êxito dessa parte da missão seria um marco na história da exploração europeia, pois o único precedente, o jipe Beagle 2, da Grã Bretanha, fracassou ao chegar ao planeta, em 2003. Seus painéis solares não abriram corretamente, o que impediu que ele tivesse energia para enviar informações para a Terra.

O destino de Schiaparelli parece ainda mais trágico que o da antiga missão, já que, de acordo com os cálculos dos astrônomos, falhou cerca de 50 segundos antes do pouso. Segundo a análise das imagens enviadas pela Nasa, nesta sexta-feira, é possível identificar uma marca brilhante, que parece ser o paraquedas utilizado por Schiaparelli.

Enquanto ele se abriu como o previsto, os nove propulsores com os quais a sonda estava equipada e que deveriam apoiar a diminuição da velocidade, não parecem ter funcionado. A imagem seguinte, que revela uma grande mancha escura a cerca de um quilômetro ao Norte do paraquedas, foi interpretada pelos astrônomos como o retrato do impacto do módulo no solo marciano, resultado de uma queda livre mais longa que o esperado, depois que os propulsores desligaram prematuramente.

“É também possível que o módulo tenha explodido com o impacto, pois os tanques dos propulsores estavam, provavelmente, cheios. Essas interpretações preliminares serão refinadas nas próximas análises”, informou a ESA, em comunicado.

A agência informou também que imagens mais detalhadas do local onde Schiaparelli se encontra serão feitas pela HIRISE, a câmera de alta resolução do satélite americano MRO.

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Enquanto isso, o satélite TGO continua em sua órbita de quatro dias ao redor de Marte, funcionando perfeitamente.

Vista do local de pouso do módulo Schiaparelli
Montagem feita pela Agência Espacial Europeia com imagens que mostram os momentos antes e depois da chegada de Schiaparelli. (ESA/Divulgação)

ExoMars

Lançado em março, a bordo do foguete Protón-M, ExoMars é um laboratório que conta com o módulo Schiaparelli, de quase 600 quilos, e o satélite TGO. O satélite vai estudar os gases da atmosfera do planeta, enquanto Schiaparelli deveria enviar dados aos centros de controle terrestre e garantir que, no futuro, a missão mande um pequeno jipe capaz de se deslocar vários quilômetros e escavar até dois metros sob a terra de Marte para coletar e analisar amostras.

Juntos, os dois equipamentos pretendiam abrir caminho para uma missão não tripulada para Marte. A missão conduziria sua pesquisa por um caminho cuja próxima grande fronteira seria enviar astronautas ao planeta vermelho para saber se o ser humano pode viver em outros mundos.

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