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Estudo cria primeiro ‘embrião’ de camundongo com células-tronco

Pesquisa pode ajudar a compreender as ainda misteriosas fases iniciais do desenvolvimento dos mamíferos

Por Da redação
6 mar 2017, 17h37

Cientistas no Reino Unido criaram pela primeira vez uma estrutura que se assemelha a um embrião de um camundongo, usando uma plataforma 3D e dois tipos de células-tronco, numa pesquisa que aprofunda a compreensão dos estágios iniciais do desenvolvimento dos mamíferos. Ao publicarem os seus resultados no periódico Science, na última semana, a equipe da Universidade de Cambridge responsável pelo estudo afirmou que, mesmo que o embrião artificial seja muito parecido com o real, dificilmente ele se desenvolveria de maneira saudável em um camundongo.

Para os propósitos da pesquisa, contudo, os cientistas foram capazes de mostrar como o embrião artificial seguia o mesmo padrão de desenvolvimento do embrião natural, com as células-tronco se organizando da mesma maneira. Magdalena Zernicka-Goetz, professora do Departamento de Fisiologia, Desenvolvimento e Neurociência da Universidade de Cambridge, afirmou que o sucesso com as células de animais deve abrir caminho para trabalhos similares com células humanas, ajudando cientistas a superarem uma grande barreira na pesquisa com embriões humanos: a falta deles.

Isso acontece porque, atualmente, embriões humanos para pesquisa são desenvolvidos a partir de excedentes doados por clínicas de fertilidade — não é permitida a utilização de embriões saudáveis para pesquisa. Segundo Magdalena, no futuro, deve ser possível usar as células-tronco para fazer embriões artificiais para estudo.

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“Isso vai nos permitir estudar eventos chaves desse estágio crítico do desenvolvimento humano sem ter que de fato trabalhar com embriões”, declarou à agência de notícias Reuters. “Saber como o desenvolvimento normalmente ocorre vai nos permitir entender por que, de forma tão frequente, ele dá errado.”

Embrião artificial de camundongo
Imagem que mostra o modelo de embrião feito com células-tronco com 96 horas (à esq.), e embrião cultivado in vitro (à dir.). ()

Para os cientistas, os primeiros passos do desenvolvimento dos embriões humanos ainda são misteriosos, uma vez que ocorrem em escala microscópica e não podem ser observados por meio do ultrassom. Compreendendo os estágios iniciais a fundo, eles esperam conseguir entender por que tantos abortos espontâneos ocorrem nos primeiros meses de gravidez e encontrar maneiras de evitá-los. Acredita-se que até dois terços dos abortos espontâneos em humanos acontecem antes do embrião ser implantado no útero – estágio em que muitas mulheres ainda nem sabem que estão grávidas.

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Embrião artificial

As células utilizadas para o estudo foram cultivadas em uma gota de gel, transformando-se em embriões primitivos que reproduziam perfeitamente as estruturas internas que aparecem durante o desenvolvimento no útero. Por sete dias, os cientistas deixaram que o embrião se desenvolvesse – cerca de um terço da gestação total de um camundongo normal. A esse ponto, as células já haviam se organizado em duas estruturas anatômicas, que normalmente dariam origem à placenta e ao embrião propriamente dito.

Tentativas anteriores de desenvolver estruturas semelhantes a embriões não tiveram muito êxito. A equipe de Cambridge acredita que isso se dava porque esses experimentos usavam somente um tipo de célula-tronco, a embriônica, e não se davam conta do fato de que o desenvolvimento inicial de embriões exige tipos diferentes de células para que haja uma coordenação próxima entre elas.

(Com Reuters)

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