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Estudo com rãs pode ajudar a tornar possíveis viagens espaciais mais longas

Animal pode hibernar por meses sem apresentar perda muscular, problema que afeta astronautas que convivem com a gravidade zero

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h11 - Publicado em 1 jul 2014, 15h08

Uma pequena rã pode ajudar o homem na exploração espacial. Capaz de hibernar por meses sem sofrer nenhum dano muscular, a Cyclorana alboguttata está sendo estudada como um modelo para um grande desafio dos astronautas: preservar os músculos mesmo na gravidade zero. A questão precisa ser superada para que seja possível chegar a pontos mais distantes do Universo, como Marte. A pesquisa, que será apresentada nesta terça-feira, no encontro anual da Sociedade de Biologia Experimental, na Universidade de Manchester, Grã-Bretanha, também pode ajudar a prevenir a deterioração muscular em pacientes acamados.

No espaço, a ausência de gravidade faz com que o nosso organismo precise de menos contração muscular para se sustentar e se mover, devido à redução do peso que ocorre nesses ambientes. Na Terra, ao contrário, alguns músculos são constantemente utilizados para nos sustentar contra a força da gravidade. De acordo com a Nasa, estudos mostram que os astronautas podem perder até 20% de massa muscular em voos espaciais que duram de 5 a 11 dias. Para amenizar os danos durantes missões espaciais e garantir que os astronautas possam recuperar os músculos ao retornar, eles precisam praticar exercícios intensos diariamente, além de ter uma dieta adequada. Na Estação Espacial Internacional, por exemplo, os tripulantes passam duas horas e meia por dia se exercitando.

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Na Terra, a maior parte dos mamíferos, inclusive humanos, perde massa muscular quando fica inativo por um longo período. Porém, alguns animais conseguem se manter adormecidos por meses e quase não sofrer danos. Um exemplo disso é a rã Cyclorana, encontrada na Austrália. Quando as fontes de alimento são escassas, esses animais entram debaixo da terra e se envolvem em um casulo de pele morta. Em cativeiro, elas já permaneceram assim por nove meses, mas há relatos de que elas podem ficar ainda mais tempo hibernando na natureza.

“Se nós conseguirmos entender os caminhos de sinalização das células que conferem resistência à perda muscular, eles poderiam ser úteis para estudar atrofia muscular em mamíferos”, afirma Beau Reilly, biólogo e principal autor do estudo, realizado na Universidade de Queensland, na Austrália. Um dos genes identificados, relacionado a essa capacidade da rã, parece ter a função de proteger as células de um mecanismo “suicida” que normalmente remove células danificadas. Já outro regula a divisão celular e reparação do DNA.

Ação antioxidante – Nos mamíferos, músculos inativos podem ser danificados por moléculas denominadas Espécies Reativas de Oxigênio (ROS, na sigla em inglês), capazes de degradar proteínas, fazendo com que os músculos se desgastem. Já os anfíbios sem cauda parecem sofrer menos com a ação das ROS. Para Reilly, isso pode ocorrer devido aos níveis elevados de antioxidantes protetores que esses animais possuem. Resultados semelhantes foram encontrados em mamíferos que hibernam, como esquilos.

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