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Engenharia não tem solução para a Região Serrana

Autoridades devem se concentrar na desocupação de áreas de risco e na criação de sistemas de alerta

Por Marco Túlio Pires
Atualizado em 6 Maio 2016, 17h10 - Publicado em 15 jan 2011, 07h49

“Na Serra do Mar, em regiões menos íngremes, é possível fazer uma ocupação segura” – Álvaro Rodrigues dos Santos, geólogo

A engenharia criou soluções para o homem habitar os lugares mais inóspitos. Boa parte do território holandês está abaixo do nível do mar, graças aos diques que contêm milhões de toneladas de água. Do instável solo japonês erguem-se edifícios capazes de suportar terremotos de grande magnitude. Para a Região Serrana fluminense, porém, ainda não há uma solução viável.

“Qualquer grande recurso de engenharia para a região teria um custo altamente proibitivo”, diz o geólogo Álvaro Rodrigues dos Santos, ex-diretor de gestão e planejamento do Instituto de Pesquisas Tecnológicas e especialista na geologia da Serra do Mar. “E não haveria garantia de que novos desastres nunca mais acontecessem.”

Um desses recursos é conhecido como cortina atirantada, uma espécie de barreira ‘pregada’ à encosta. Mas para proteger dos deslizamentos apenas cinco casas, esta cortina custaria 5 milhões de reais. Por causa do preço, uma solução deste tipo só é usada em estradas ou para proteger torres de transmissão de energia. Ainda assim, conforme a dimensão do deslizamento, até esta barreira pode ceder.

Por não ser viável conter grandes delizamentos de terra, o foco da prevenção de tragédias passa a ser a fiscalização do uso de solo, para impedir ocupações ilegais das encostas, e a implantação de sistemas de alerta, para a evacuação das áreas de risco. “Em um ano, o máximo que podemos fazer é minimizar o número de mortes com medidas que não impedem a tragédia, mas podem salvar vidas”, afirma Márcio Benedito Baptista, doutor em drenagem urbana e professor de engenharia da UFMG

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Vulnerável – A Região Serrana do Rio Janeiro é naturalmente vulnerável a deslizamentos. Devido às chuvas e ao terreno acidentado, a camada de solo é fina, instável, e por isso as árvores não criam raízes muito profundas. Uma chuva mais forte pode levar terra, árvores e rochas enormes morro abaixo, atingindo até os trechos com cobertura vegetal intacta.

Mesmo assim, segundo Santos, é possível ocupar a Serra do Mar em segurança – os trechos menos íngremes, pelo menos. Mas para tanto, é necessário rigor técnico. “No Brasil, as casas construídas em regiões íngremes ainda são feitas do mesmo modo que nas regiões planas.”

Info desastre na Região Serrana ()
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