Emissão de gás carbônico no mundo fica estável pela primeira vez desde 1992
Queda em países ricos causada pela crise de 2009 foi anulada pelo crescimento de China e Índia
Apesar do aumento da emissão em números absolutos, os níveis médios de emissão de CO2 da China e Índia ainda estão bem abaixo de outros países industrializados. Na Índia, as emissões possuem uma média de 1,4 tonelada por pessoa e na China 6 toneladas. São 10 toneladas por pessoa na Holanda e 17 toneladas nos Estados Unidos.
A emissão dos gases que aceleram o efeito estufa por parte dos países ricos caiu 7% em 2009 por causa da crise, mas o efeito foi anulado pelo alto crescimento dos níveis na China e Índia. Os dados são de uma agência de avaliação do meio ambiente da Holanda publicados no jornal inglês The Guardian. Isso significa que as emissões dos gases que aceleram o efeito ficaram estáveis pela primeira vez desde 1992.
No entanto, a agência financiada pelo governo holandês – que em 2007 foi a primeira a identificar corretamente que a China havia passado os EUA como maior poluidor do mundo – alertou que isso não quer dizer que os países ricos se livraram do compromisso de reduzir a poluição no mundo. “Uma grande parte da capacidade de produção foi suspensa, mas as pessoas podem ser readmitidas assim que a economia melhorar. É provável isso resulte em um aumento nos níveis de emissão em países industrializados. Porém, a retomada econômica mostrou que esses países podem cumprir suas obrigações de redução com mais facilidade”, disse Anneke Oosterhuis, porta voz da agência holandesa ao jornal inglês.
Os valores trazem certo alívio aos países mais ricos do mundo que – tirando os EUA – estão comprometidos em reduzir coletivamente os níveis de emissão em 5,2% até 2012. Segundo a agência holandesa, no cenário atual, eles estão 10% abaixo do acordo de 1990, bem abaixo do objetivo do Protocolo de Kioto.
A pesquisa também mostra que os níveis médios de emissão de CO2 da China e Índia ainda estão bem abaixo de outros países industrializados. Na Índia, as emissões possuem uma média de 1,4 tonelada por pessoa e na China 6 toneladas – em comparação às 10 toneladas por pessoa na Holanda e 17 toneladas nos Estados Unidos.
O ano de 2009 foi favorável à energia renovável. A capacidade global de energia eólica aumentou um terço e mais de 30% das instalações estão na China. O total de instalações utilizando energia elétrica foi 46% maior do que em 2008. E agora, a China é a líder mundial em energia hidrelétrica, representando 19% da produção mundial – bem acima dos Estados Unidos e Brasil, ambos com 12% cada.