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É impossível vencer o envelhecimento, diz estudo

Pesquisadores afirmam que, inevitavelmente, as células ficam mais lentas ou se tornam tumores em algum momento – por mais que o processo possa ser adiado

Por Da redação
31 out 2017, 16h02

Não existe tratamento estético, dieta ou pílula mágica capaz de vencer o envelhecimento. Essa é a conclusão de um estudo publicado nesta segunda-feira no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences. Os pesquisadores americanos baseiam seus argumentos em cálculos, afirmando que o envelhecimento das células do corpo é um processo natural que até pode ser adiado, mas não impedido.

“Não é uma surpresa que todos nós vamos morrer um dia. Mas por que envelhecemos?”, questiona a líder do estudo, Joanna Masel, professora de ecologia e biologia evolutiva na Universidade do Arizona, nos Estados Unidos. A pergunta foi o que moveu ela e sua equipe a desenvolver um modelo matemático capaz de explicar esse fato, concluindo que é impossível chegar ao fim da vida com as células do corpo, da pele e do resto do organismo praticamente intactas. Elas se desgastam com o tempo, perdendo sua função e podendo se transformar em tumores cancerígenos. “Logicamente, teoricamente e matematicamente, não há escapatória.”

“As pessoas analisam por que o envelhecimento ocorre da perspectiva de ‘por que a seleção natural ainda não parou esse processo?’ Implicitamente, existe a ideia de que não envelhecer é possível – então, por que não evoluímos para alcançar isso?”, diz Masel. “O que nós estamos dizendo é que não é apenas uma questão de a evolução não conseguir fazer isso; a verdade é que isso não pode ser feito pela seleção natural ou por qualquer outra coisa.”

Segundo a pesquisadora, a compreensão atual da evolução do envelhecimento deixa em aberto a possibilidade de que o processo poderia ser interrompido, caso a ciência descobrisse uma maneira de selecionar perfeitamente as células. Um exemplo seria eliminar do organismo apenas as células “lentas” que funcionam mal e manter as células “boas” intactas. Mas, afirma Masel, a solução não é tão simples assim.

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Basicamente duas coisas acontecem com as células do corpo a medida em que envelhecemos: elas diminuem a velocidade do seu metabolismo e começam a perder sua função – como quando as células presentes nos cabelos, por exemplo, deixam de fabricar pigmento e ficam brancas – ou crescem descontroladamente, dando origem a um tumor e, possivelmente, um câncer. À medida que envelhecemos, explica Masel, todos tendem a desenvolver células cancerígenas em alguma parte do corpo, mesmo que não causem sintomas em um primeiro momento.

É por isso que, mesmo se a seleção natural fosse perfeita, ainda não estaríamos a salvo do envelhecimento – até se seguíssemos os melhores tratamentos, truques de beleza e hábitos saudáveis. Paul Nelson, pós-doutorando na Universidade do Arizona e membro da equipe de Masel, explica que, mesmo se a pessoa tentasse se livrar das células cancerígenas, seria obrigada a manter as células lentas e sentiria o impacto do envelhecimento da mesma forma. “E se você se livrar das células que funcionam mal, isso permitirá que as células cancerígenas se proliferem”, diz. Basicamente, não há o que fazer.

“Temos uma demonstração matemática de por que é impossível corrigir ambos os problemas. Você pode até consertar um deles, mas estará preso ao outro. E a razão é basicamente que todas as coisas estragam com o tempo”, afirma Masel.

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