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Como ter uma supermemória, de acordo com a ciência

Uma técnica utilizada desde a Grécia Antiga pode tornar a mente altamente eficaz, mais que dobrando a capacidade de memorização, sugere estudo

Por Da redação
Atualizado em 9 mar 2017, 17h25 - Publicado em 8 mar 2017, 18h47

Uma técnica simples, conhecida por ser utilizada na Antiguidade por oradores gregos e romanos, pode fazer com que qualquer pessoa tenha uma supermemória, sugere um estudo publicado nesta quarta-feira no periódico científico Neuron. Segundo pesquisadores da Universidade Radboud, na Holanda, o exercício, conhecido como Palácio da Memória, pode mais que dobrar a capacidade de guardar e resgatar lembranças, tornando as conexões cerebrais muito semelhantes às apresentadas por campeões mundiais de testes de memória. De acordo com os cientistas, o excelente desempenho em conservar lembranças não é devido a alterações físicas ou anatômicas – o único segredo para isso é o treino, capaz de ampliar as conexões da mente.

“Depois do treinamento percebemos que o desempenho em testes de memória melhora consideravelmente. Os exercícios não apenas induzem mudanças comportamentais, mas também levam a padrões de conectividade cerebrais muito parecidas com as vistas em ‘atletas de memória’”, afirma o neurocientista Martin Dresler, professor da Universidade Radboud, em comunicado.

Super memória

Para chegar a essa conclusão, os cientistas analisaram o cérebro de 23 “campeões de memória”, pessoas como Boris Konrad, um dos autores do estudo, capaz de memorizar cerca de 500 dígitos ou cem palavras em cinco minutos. Konrad, que é pesquisador na universidade holandesa e faz parte de uma elite de “campeões de memorização”, pessoas que participam de campeonatos como os organizados pelo World Memory Championships, ajudou os cientistas a entrar em contato com outros experts em guardar informações, que tiveram as conexões cerebrais estudadas por meio de ressonância magnética (fMRI). Os cientistas também analisaram o cérebro de 23 voluntários, com idade e condições de saúde parecidas com a dos “campeões de memória”, mas sem nenhuma habilidade notável em memorização de dados.

Surpreendentemente, os cientistas não verificaram diferença anatômica alguma entre o cérebro dos “campeões de memória” e as pessoas comuns, mas perceberam que os “campeões” demonstravam padrões de conectividade cerebral bem mais numerosas que os voluntários. Por meio de entrevistas, o cientistas perceberam que os “campeões” não haviam nascido com nenhuma habilidade diferente de memorização, mas, utilizando técnicas mnemônicas, alcançaram os resultados excelentes em testes de memória.

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Os pesquisadores resolveram, então, chamar 51 indivíduos que nunca haviam sido submetidos a técnicas de memorização e pediram para que fizessem dois tipos de exercício de memória – um deles o chamado Método loci ou Palácio da Memória, técnica utilizada por oradores gregos e romanos para memorizar seus discursos, que consiste em fazer uma jornada imaginária por um local conhecido e relacionar alguns pontos da rota às informações que devem ser armazenadas. Os indivíduos tiveram as conexões cerebrais analisadas antes e depois da utilização das técnicas.

Antes do treinamento, sessões de trinta minutos diários durante quarenta dias, os voluntários conseguiram recordar entre 26 e trinta palavras de uma lista – depois, conseguiam recordar em torno de 65 palavras. Um dia após o treinamento, os indivíduos ainda eram capazes de se lembrar de 22 palavras a mais que antes da utilização da técnica. Segundo as análises de ressonância magnética, o cérebro de quem participou do treinamento mudava, exibindo padrões de conexões muito parecidos aos dos “campeões de memória”.

“Uma vez que alguém está familiarizado com as estratégias e sabe como aplicá-las, é possível manter o desempenho altíssimo, mesmo sem muito treinamento”, explica Dresler.

De acordo com os pesquisadores, o estudo demonstra que todos possuem “áreas cerebrais” que podem ser exploradas e expandidas, melhorando a memória e as conexões da mente.

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