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Cientistas descobrem por que obras de Van Gogh estão ‘embranquecendo’

Segundo pesquisadores belgas, iluminação dos museus e gás carbônico provocam reações químicas que deixam o vermelho esbranquiçado

Por Guilherme Pavarin
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h05 - Publicado em 16 mar 2015, 19h44

Um grupo de cientistas da Universidade de Antuérpia, na Bélgica, descobriu que reações químicas provocadas pela iluminação dos museus estão “embranquecendo” a cor vermelha dos quadros do pintor holandês Vincent Van Gogh (1853-1890). O estudo, liderado pelo professor belga de química Koen Janssen, foi publicado neste mês no jornal acadêmico Angewandte Chemie.

Usando técnicas de tomografia e de difração de raios X, os pesquisadores analisaram amostras do quadro Wheat Stack Under a Cloudy Sky, de 1889, exposto no Museu Kröller-Müller, na Holanda. Eles notaram que, quando o óxido de chumbo, responsável pelos pigmentos vermelhos do quadro, entra em contato com a luz azulada e com o gás carbônico, transforma-se em outros compostos de chumbo de cor esbranquiçada.

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“Chumbo vermelho, usado por Van Gogh e muitos outros pintores ao longo da história, é muito sensível à luz azul. Trata-se de um composto que absorve preferencialmente esse tipo de comprimento de onda azulado”, afirmou ao site de VEJA Koen Janssen. Segundo o estudioso, os museus precisam eliminar a iluminação azulada – de LED, diz, é a mais comum – sobre as obras para diminuir a deterioração.

O químico afirma que o processo de esbranquiçamento do vermelho ocorre em quatro fases. Na primeira, quando a luz infringe sobre o óxido de chumbo, os elétrons são lançados nesse semicondutor, que gera um óxido de chumbo altamente reativo. Na segunda fase, esse óxido de chumbo reativo captura gás carbônico e água do ar para formar um mineral raro, o plumbonacrita. O mineral exótico reage, em uma terceira fase, para um hidróxido de carbonato de chumbo, o hidrocerusita. Na quarta e última etapa, a hidrocerusita pode ser convertida em cerusita, também conhecida como “chumbo branco”, bastante usada por pintores para atingir tons esbranquiçados.

Em 2013, pesquisadores europeus iniciaram uma pesquisa similar para investigar a razão da cor amarela de algumas obras de Van Gogh ganhar tons amarronzados. Os primeiros resultados também apontaram para reações causadas pela iluminação de LED. Desde então, cientistas estão alertando os curadores de museus que a iluminação LED, embora seja mais econômica e amigável ao ambiente, pode prejudicar as pinturas do artista holandês e de outros pintores contemporâneos a ele, como o francês Paul Cézanne (1839-1906).

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