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Cientistas britânicos são os que mais migram no mundo, diz estudo

Uma pesquisa que 'rastreia' estudiosos ao redor do globo descobriu que 32% dos britânicos saíram do país após concluir o doutorado

Por Da redação
Atualizado em 19 Maio 2017, 13h46 - Publicado em 19 Maio 2017, 13h31

Os cientistas britânicos são os que mais mudam de endereço no mundo, aponta um artigo que “rastreia” o fluxo migratório internacional de pesquisadores, divulgado nesta quarta-feira na revista Science. Escrito pelo biólogo John Bohannon, da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, o texto diz que 32% dos cientistas que concluíram seu doutorado no Reino Unido não viviam mais no país em 2015. O segundo e o terceiro lugar no ranking são ocupados, respectivamente, pelos Estados Unidos (19%) e pela Austrália e demais territórios da Oceania (17%). A América Latina e a América Central encontram-se na sexta posição: aqui, 13% dos doutores migram para outras partes do globo.

Bohannon acredita que desvendar os mistérios dos pesquisadores “nômades” ajuda a compreender como as empresas científicas globais estão se desenvolvendo. “Dependendo do assunto, apenas uma dúzia de pessoas pode compreender sua pesquisa a fundo (…) e elas estão espalhadas ao redor do mundo”, escreveu o biólogo. Pelos depoimentos coletados por ele para o artigo, boas ofertas de emprego e a oportunidade de trabalhar com grandes autoridades do meio científico são os principais motivos para mudar de país.

Em concordância com os relatórios anuais divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU), os dados trazidos por Bohannon também apontam que, apesar da grande evasão de cientistas do Reino Unido, a União Europeia ainda é o maior lar de doutores, estrangeiros ou não. De acordo com os números, um a cada cinco cientistas (20%) vive em algum país do bloco econômico. Em segundo lugar vem a China, com 19%, e depois os Estados Unidos, com 17%.

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Para rastrear os especialistas ao redor do globo, o artigo se baseou em dados de uma ONG, chamada Orcid, que identifica os cientistas por um código individual. Apesar de não ter sido criada com esse propósito – e sim para diferenciar pesquisadores com nomes muito comuns –, a rede possui informações a respeito de 3 milhões de cientistas, permitindo a criação de um panorama que mostra o fluxo migratório dessas pessoas.

A economista Paula Stephan, da Universidade Estadual da Georgia, comenta no artigo publicado por Bohannon que, apesar da grande disponibilidade de informações, a Orcid pode não ser a fonte mais confiável em alguns casos. Ela diz que a ONG é uma amostra incompleta e tendenciosa dos cientistas internacionais. Até que os pesquisadores considerem peculiaridades, ou cientistas suficientes preencherem seus perfis, alega, a Orcid não poderá representar uma imagem definitiva da migração científica. “Mesmo assim, ela revela alguns padrões surpreendentes e evidencia histórias individuais que, do contrário, permaneceriam escondidas”, escreve Bohannon.

Os dados trazidos pelo biólogo também sugerem um efeito negativo dos ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001 no fluxo migratório de cientistas para os Estados Unidos. De acordo com a pesquisa, o número de pesquisadores estrangeiros estudando ou trabalhando no país cresceu constantemente durante mais de uma década, a partir de 1990. Porém, de 2002 a 2008, essa progressão não só parou como também fez com que diminuísse 15% a taxa de imigração de cientistas para a nação. Bohannon questiona se essa queda poderia ter sido provocada pelo medo de novos ataques ou pelas exigências mais rigorosas para conseguir um visto e entrar no país. “Se assim for, isso poderia ser um dos custos mais duradouros do ataque: milhares de trabalhadores altamente qualificados evitando os Estados Unidos por anos”, escreveu.

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