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Chip no cérebro faz tetraplégico mexer a mão e jogar videogame

Graças ao implante cerebral, o americano Ian Burkhart consegue movimentar os músculos do pulso e dos dedos para pegar objetos ou jogar ‘Guitar Hero’

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 15h57 - Publicado em 13 abr 2016, 18h11

Seis anos depois de um acidente que o deixou tetraplégico, um americano pode agora utilizar a mão para agitar o seu café, pegar um objeto ou jogar videogame, graças ao implante de um chip no cérebro, relata um estudo publicado nesta quarta-feira na revista Nature, um avanço que dá esperança a milhões de pessoas em todo o mundo.

“Esta é a primeira vez que uma pessoa completamente paralisada consegue realizar um movimento usando apenas seus pensamentos”, declarou o cientista Chad Bouton, do centro de pesquisa sem fins lucrativos Battelle, nos Estados Unidos, um dos autores do estudo.

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Implante – Ian Burkhart, um americano de 24 anos, é tetraplégico há seis anos, desde um acidente de natação que danificou sua medula espinhal. Há cerca de três anos, ele passou a integrar os estudos do centro de pesquisas, em conjunto com a Universidade do Estado de Ohio. A equipe de cientistas criou um sistema chamado NeuroLife, que é capaz de restaurar a comunicação entre o cérebro e os músculos sem passar pela medula espinhal lesionada. Ele consiste em um implante no cérebro, que lê os sinais elétricos emitidos pela atividade neuronal e os envia a um computador, que decodifica os impulsos e manda as informações a eletrodos colocado sobre os músculos. Com pequenos estímulos, esses eletrodos tornam o movimento possível.

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Em abril de 2014, Burkhart recebeu o implante do chip, que é menor que uma ervilha. Ele foi colocado no córtex motor do cérebro, área responsável pelo movimento da mão direita.

“Nós procuramos decifrar os sinais no cérebro que são especificamente associados aos movimentos da mão”, explicou Bouton. “As áreas cerebrais responsáveis ​​pelo movimento estão intactas, mas os sinais chegam a uma medula espinhal lesada, sendo completamente bloqueados e impedidos de alcançar os músculos”.

Dois meses após o implante do chip, Ian Burkhart já era capaz de abrir e fechar a mão apenas pensando neste movimento, mesmo com os músculos enfraquecidos por não terem sido usados por um longo período.

Após 15 meses de reabilitação, com três sessões semanais, o paciente conseguiu pegar uma garrafa e despejar o seu conteúdo em um frasco. Também segurou um telefone ao ouvido, pegou uma colher e mexeu o café. Ele agora é capaz de tocar a guitarra do videogame Guitar Hero, uma das atividades que faziam parte dos testes descritos no estudo da Nature.

“Quando sofri a lesão, os médicos haviam dito para mim que a melhor coisa que eu poderia fazer seria mover meus ombros e nada mais pelo resto da minha vida”, explicou Burkhart. “Sempre tive esperança, mas agora sei, em primeira mão, que haverá melhoras na ciência e na tecnologia que tornarão minha vida melhor.”

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Avanços científicos – Pesquisas para recuperação de indivíduos com lesão na medula espinhal, como paraplégicos e tetraplégicos, incluem o uso de exoesqueletos, como o estudo desenvolvido pelo brasileiro Miguel Nicolelis, e a utilização de células-troco e estímulos elétricos. De acordo com os especialistas, a reunião das várias técnicas poderá, no futuro, ajudar pessoas com paralisia a recuperar os movimentos.

Os pesquisadores americanos esperam agora passar a um sistema sem fio para que Burkhart não fique coberto pelos cabos que ligam os eletrodos do braço ao computador e ao chip de seu cérebro.

“Para mim, estar em uma cadeira de rodas e ser incapaz de andar não é o pior”, disse Ian Burkhart. “O pior é a perda de independência, o fato de precisar de outras pessoas para gestos cotidianos. Por agora, estamos na fase clínica, mas esse é um sistema que pode ser usado fora do hospital, em casa, no exterior, e que poderá realmente melhorar a minha qualidade de vida”, disse o jovem.

(Com AFP)

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