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Calor no sul da Ásia pode atingir nível insuportável até 2100

Segundo estudo, 30% da população do sul asiático pode ficar exposta a temperaturas de 35ºC ou mais, acima das condições possíveis de sobreviver sem proteção

Por Da redação
3 ago 2017, 11h49

O sul da Ásia, que abriga um quinto da população mundial, poderá experimentar um aumento do calor úmido a níveis insuportáveis antes do final do século se nada for feito para deter o aquecimento global. É o que sugere um estudo publicado nesta quarta-feira na revista Science Advances, que alerta sobre ondas de calor no verão tão quentes e úmidas “que excedem as condições em que os humanos podem sobreviver sem proteção”.

O limite de sobrevivência é considerado de 35 graus Celsius. De acordo com o estudo, cerca de 30% da população do sul asiático pode ficar constantemente exposta a temperaturas iguais ou acima dessa até o fim do século, em comparação com 0% nos dias atuais. A pesquisa é a primeira de seu tipo a olhar não apenas para as temperaturas, mas para a previsão de “temperatura de bulbo úmido”, que combina temperatura, umidade e a capacidade do corpo humano de se resfriar em resposta.

As regiões agrícolas densamente povoadas do sul da Ásia poderiam ser as mais afetadas, porque os trabalhadores estão expostos ao calor com poucas oportunidades de fugir para ambientes com ar condicionado. “As ondas de calor mortais poderiam começar dentro de poucas décadas a atingir regiões da Índia, Paquistão e Bangladesh, incluindo as férteis bacias dos rios Indo e Ganges, que produzem grande parte do abastecimento de alimentos da região”, afirmou o estudo. A Índia é o lar de 1,25 bilhão de pessoas, enquanto outras 350 milhões vivem em Bangladesh e no Paquistão.

Em 2015, a quinta onda de calor mais mortal da história moderna atingiu grandes partes da Índia e do Paquistão, matando cerca de 3.500 pessoas.

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Acordo de Paris

Mas os pesquisadores disseram que seus modelos também dão motivo para a esperança. Eles avaliaram um segundo cenário, em que o aumento da temperatura até o final do século fica bem abaixo dos dois graus Celsus, como pretendido pelo Acordo de Paris, assinado em 2015 por mais de 195 países. Se o tratado climático for cumprido, a população exposta a temperaturas de bulbo úmido prejudiciais aumentaria de zero para apenas 2%. O calor ainda atingiria níveis perigosos (com temperaturas acima de 31º C), mas não estariam tão perto do limite fatal.

“Há valor na mitigação, no que diz respeito à saúde pública e à redução das ondas de calor”, disse o autor principal, o hidroclimatologista Elfatih Eltahir, professor de engenharia ambiental do Instituto Tecnológico de Massachussetts (MIT, na sigla em inglês). “Com a mitigação, esperamos ser capazes de evitar essas projeções graves. Isso não é algo inevitável”, acrescentou.

(Com AFP)

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