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Baleia consegue direcionar impulsos sonoros para localizar presas

Pesquisa mostra que animais marinhos podem ajustar o 'foco' de seu sistema de ecolocalização

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h41 - Publicado em 22 mar 2012, 14h53

Em águas profundas, a escuridão impossibilita que animais como golfinhos e baleias usem a visão para caçar presas. Por isso, eles dependem de um sistema biológico conhecido como ecolocalização para encontrar seus alimentos com precisão. Agora, um estudo da Universidade do Havaí, nos Estados Unidos, demonstrou que esses animais conseguem direcionar impulsos sonoros, transmitidos por meio da ecolocalização, para o alvo em questão, assim como os humanos concentram sua visão em objetos próximos ou distantes.

Um programa do Instituto de Biologia Marinha da universidade americana, sediado na ilha Coconut, monitorou uma baleia batizada Kina, da espécie Pseudorca crassidens, conhecida como falsa-orca. Com 20 anos de idade, Kina já é uma veterana em pesquisas que envolvem ecolocalização, sendo treinada há muito tempo para se comunicar com seus treinadores em situações em que consegue perceber a diferença no tamanho e na forma de objetos experimentais em seu ambiente.

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ECOLOCALIZAÇÃO

O sistema de ecolocalização, também chamado de biossonar, é a habilidade natural de detectar a posição e distância de elementos, como animais ou obstáculos do ambiente, por meio da emissão de ondas sonoras, tanto no ar como na água. Para isso, o sistema calcula o tempo gasto para esses impulsos serem emitidos, refletirem no alvo e voltarem à fonte – como uma forma de eco. Presente em animais como morcegos, golfinhos e baleias, a ecolocalização é útil para detectar presas e mesmo para a locomoção.

No novo estudo, publicado nesta quinta-feira no Journal of Experimental Biology, Kina foi exposta a diversos alvos – uma série de cilindros ocos. A baleia foi treinada para avisar quando detectasse um cilindro de determinado tamanho e espessura. Se o objeto apresentasse características diferentes das pré-estabelecidas, ela deveria se manter imóvel. Kina não podia ver qual cilindro era colocado na água, então ela precisou usar a ecolocalização para medir o tamanho do alvo.

Durante todo o teste, os pesquisadores gravaram os impulsos sonoros transmitidos pela baleia com microfones próprios para a água e, posteriormente, conseguiram reconstituir a forma dessas ondas sonoras usando programas de computador. Os resultados foram incríveis: Kina foi capaz de perceber a diferença entre dois objetos, cujos tamanhos diferem apenas pela largura de um fio de cabelo humano, a uma distância de oito metros dos alvos.

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Além da precisão do sistema de ecolocalização, o estudo americano foi capaz de revelar que a baleia é capaz de direcionar seus impulsos sonoros. Quando o alvo estava muito longe ou tinha formato e tamanho difíceis de serem diferenciados, a falsa-orca mudava a forma de seus impulsos de ecolocalização para ficarem ainda mais concentrados no objeto. A habilidade se assemelha ao modo como os olhos humanos focalizam elementos, mas em vez da luz, as baleias utilizam apenas o som.

A ecolocalização, assim como sua capacidade de foco, decorre de um órgão especializado chamado órgão de espermacete, também conhecido como melão – um acúmulo de gordura presente na testa de certos animais marinhos, como golfinhos e algumas baleias. Ao forçar o ar através do melão, as falsas-orcas produzem impulsos sonoros, responsáveis pela ecolocalização. A musculatura em volta desse órgão provavelmente também contribui para a habilidade de focagem.

“Esta é a primeira vez que alguém cria um projeto básico para mostrar que existe uma focalização diferencial dos impulsos sonoros sobre diferentes alvos e diferentes condições de ecolocalização”, diz Laura Kloepper, principal autora do estudo.

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