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Arte das cavernas existia na Ásia há 40.000 anos, revela ‘Nature’

Estudo revela que pinturas da ilha Sulawesi, na Indonésia, são tão antigas quanto a arte rupestre europeia, contestando a tese de que ela teria surgido no Ocidente

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h09 - Publicado em 8 out 2014, 18h54

A arte das cavernas asiáticas tem 40.000 anos e é tão antiga quanto a europeia, revela um estudo publicado nesta quarta-feira na revista Nature. A descoberta contesta a tese aceita até o momento de que essa arte teria surgido na Europa.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Pleistocene cave art from Sulawesi, Indonesia

Onde foi divulgada: revista Nature

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Quem fez: M. Aubert, A. Brumm, M. Ramli, T. Sutikna, E. W. Saptomo, B. Hakim, M. J. Morwood, G. D. van den Bergh, L. Kinsley e A. Dosseton

Instituição: Universidade de Griffith e Universidade Universidade de Wollongong, Austrália, Centro Nacional de Arqueologia, Indonésia e outras

Resultado: Os pesquisadores dataram pinturas das cavernas da ilha Sulawesi, na Indonésia, entre 39.900 anos e 17.400 anos, mostrando que esse tipo de arte é tão antiga quanto a europeia

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A nova datação das pinturas da ilha Sulawesi, na Indonésia, feita por uma equipe de cientistas australianos e indonésios, mostra que elas têm até 39.900 anos, sendo apenas 900 anos mais recentes que a primeira representação conhecida, um disco vermelho desenhado na gruta El Castillo, no norte da Espanha.

“Nosso estudo demonstra que, quase ao mesmo tempo, havia homens do outro lado do mundo que faziam pinturas de animais tão notáveis como as das grutas da França ou da Espanha durante a Era Glacial”, diz o arqueólogo Maxime Aubert, da Universidade de Griffith, na Austrália, um dos autores da pesquisa.

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Pinturas antigas – As cavernas decoradas de Maros, situadas no sul de Sulawesi, foram descobertas nos anos 1950. No entanto, durante muito tempo, acreditou-se que elas tivessem menos de 10.000 anos por causa da erosão rápida típica desta região tropical, que destruiria os desenhos.

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Para descobrir a idade das catorze pinturas – doze desenhos de marcas de mãos humanas e duas representações figurativas de animais – a equipe de arqueólogos mediu os isótopos radioativos nas formações rochosas onde os desenhos foram feitos, com uma técnica chamada urano-tório, e descobriu que têm entre 39.900 anos e 17.400 anos. Os pesquisadores ressaltam que os testes efetuados revelam apenas a idade mínima das amostras e, por isso, elas podem ser ainda mais antigas.

A pintura de maior idade corresponde à marca de uma mão humana, pintada em negativo com o uso de uma técnica similar ao estêncil. Outro desenho que chamou a atenção dos arqueólogos foi a representação de um babirusa (Babyrousa babyrussa), um porco selvagem asiático parecido com o javali, que data de pelo menos 35.400 anos. A pintura figurativa mais antiga encontrada na Europa é de um rinoceronte da gruta Chauvet (França), que teria 35.000 anos.

“A arte das cavernas é um dos primeiros indícios da capacidade de abstração, o princípio do ser humano tal como conhecemos”, afirmou Thomas Sutikna, arqueólogo da Universidade de Wollongong, na Austrália, um dos autores do estudo.

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Arte em todo mundo – O estudo levanta a hipótese de que a arte das cavernas tenha aparecido de forma independente, aproximadamente no mesmo momento em dois extremos da distribuição geográfica dos primeiros homens modernos.

Outra ideia é que esse tipo de arte estivesse amplamente difundido entre os primeiros Homo sapiens que deixaram a África dezenas de milhares de anos antes da data das pinturas. Assim, os animais pintados, encontrados nas cavernas de Maros e na gruta Chauvet teriam suas raízes fora de Europa e Indonésia e, neste caso, seria possível encontrar outras pinturas assim em outras partes do mundo.

(Com EFE e AFP)

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