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Arqueólogos dizem ter encontrado restos de membros da família imperial russa

Cientistas acreditam ter identificado quatro integrantes da dinastia Romanov, incluindo o grão-duque Pavel Alexandrovich, tio do czar Nicolau II

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 17h07 - Publicado em 7 jun 2011, 13h37

Arqueólogos acreditam ter encontrado os restos mortais de membros da família imperial russa que foram executados pelos bolcheviques e sepultados em valas comuns na Fortaleza de Pedro e Paulo, coração da antiga capital do império russo, São Petersburgo. No mesmo local já foram encontrados anteriormente restos de centenas de pessoas fuziladas durante o Terror Vermelho, período de prisões e execuções em massa promovidas pela polícia secreta (Tcheka) e pelo Exército russo durante a guerra civil de 1918 a 1923.

“Fontes seguras dizem que quatro grão-duques da dinastia Romanov foram mortos, em 1919, nesta fortaleza. Acreditamos ter encontrado os restos de Georgi Mikhailovich, Nikolai Mikhailovich, Dmitri Konstantinovich e Pavel Alexandrovich”, afirmou Vladimir Kildiushevski, arqueólogo responsável pelas escavações.

O grão-duque Pavel Alexandrovich Romanov era tio do último czar russo, Nicolau II, executado nos Montes Urais pelos bolcheviques, em 1918, ao lado de sua família. As outras três vítimas eram seus primos, netos do czar Nicolau I. Os quatro foram assassinados em 1919 na fortaleza situada às margens do Rio Neva, onde se encontra a Catedral de Pedro e Paulo e onde foram sepultados todos os czares da Rússia desde Pedro, o Grande. Contudo, o lugar em que os grão-duques foram sepultados nunca havia sido encontrado.

A descoberta de restos humanos, acidental, ocorreu durante obras de restauração, em 2007. O achado deu início a novas escavações. Arqueólogos encontraram então seis fossas comuns que datam de 1917-1919 com os restos de centenas de pessoas – incluindo jovens que tinham cerca de 16 anos de idade quando foram mortos. “Todas as vítimas foram assassinadas com um tiro na cabeça, e seus corpos foram amontoados nas valas”, explicou Vladimir Kildiushevski. “Alguns crânios trazem marcas particulares, como se as vítimas tivessem levado uma coronhada na cabeça”.

O arqueólogo mostrou objetos encontrados entre os ossos: óculos, uma grande cruz de ouro, cigarreiras, cadernos, pedaços de roupas, um chapéu ainda bem conservado e um sapato. “Em algumas valas, foram jogadas apenas pessoas mais velhas, os civis. Em outras, jovens entre 20 e 30 anos que eram cadetes das escolas militares”, ressaltou Kildiushevski.

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As vítimas eram milhares de nobres, burgueses, funcionários, sacerdotes, grevistas e camponeses. Um dos chefes da Tcheka, Martin Lastis, seria o responsável pela morte dos quatro Romanov executados em Petrogrado (nome de São Petersburgo entre 1914 e 1924, antes de ser rebatizada como Leningrado de 1924 a 1991). Em 1918 ele teria escrito: “Estamos exterminando a burguesia como classe. Não busquem provas para saber se um acusado agiu contra o poder soviético com atos ou palavras. A pergunta que se deve fazer é a que classe ele pertence. Esta pergunta determinará o seu destino. Este é o significado do Terror Vermelho.”

“Estamos agora tentando determinar com exatidão quem foi executado aqui (na fortaleza) e pretendemos continuar com as investigações. É muito provável que existam mais restos mortais no local”, disse Kildiushevski, lamentando que as escavações – a cargo do Museu de História de São Petersburgo – estejam suspensas por falta de financiamento.

(Com Agência France Presse)

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