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Amizade entre mulheres resiste à distância – entre homens, não

Amizades femininas tendem a sobreviver por meio de longas conversas telefônicas, mesmo sem encontros presenciais

Por Da Redação 20 fev 2017, 18h33

Uma pesquisa das Universidades de Oxford e de Chester, na Grã-Bretanha, identificou que mulheres têm mais chances de manterem amizades à distância do que homens. Robin Dunbar, antropólogo, psicólogo evolucionista e professor de Oxford, divulgou os resultados de seu estudo no encontro anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS, na sigla em inglês), em Boston, nos Estados Unidos, no último sábado.

De acordo com a pesquisa, as mulheres mantêm o contato, mesmo que distantes, por meio de longas conversas telefônicas. Já os homens, preservam as amizades entre si apenas em encontros presenciais, nos quais fazem algo juntos, como sair para beber e comer, jogar ou assistir futebol. “A diferença entre os sexos foi surpreendente”, disse o pesquisador na palestra.

No estudo, foram analisados 12 mulheres e 13 homens que estavam no último ano do Sixth form – curso de dois anos oferecido em algumas instituições de ensino superior ou em colégios especializados na Grã-Bretanha, como forma de acesso à Universidade – em três momentos. No primeiro deles, os 25 jovens entre 17 e 19 anos responderam a questionários detalhados de sua vida social, para que os psicólogos mapeassem todas as suas amizades, incluindo níveis de proximidade.

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Quatro meses depois, eles deixaram o Sixth form e foram trabalhar ou estudar. No total, 14 continuaram morando na mesma cidade e 11 tiveram que se mudar para as universidades nas quais foram aprovados. Entre nove e 18 meses desde o primeiro questionário, os participantes responderam a novas perguntas sobre seus círculos de amizade, inclusive sobre novos colegas.

Foi observado que, ao se mudarem, as meninas mantiveram o contato através do telefone ou do Facebook. Mas, para os homens, as ligações não tiveram nenhum efeito. De acordo com o estudo, eles se tornaram emocionalmente mais distantes dos colegas com quem não conviviam mais. Segundo Dunbar, isso acontece porque os meninos se esquecem com mais facilidade de quem não veem no dia a dia. “Eles simplesmente encontraram novos amigos para sair”, disse.

O pesquisador acredita que a diferença é causada pelo estilo de amizade que homens e mulheres têm entre pessoas do mesmo sexo. “Trata-se da ideia de que as mulheres têm claramente mais amizades intensas. Se elas as rompem, é um término catastrófico, como em relações amorosas.”

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A pesquisa também identificou que as relações familiares não foram igualmente afetadas. A proximidade entre os estudantes e seus parentes se manteve a mesma no geral.

Robin Dunbar

O professor de psicologia Robin Dunbar é famoso por elaborar a teoria do “número de Dunbar”, na década de 90. Segundo esta teoria, o ser humano tem capacidade de manter uma rede de amizade composta por, em média, 150 pessoas. Além disso, ele é um dos mais importantes estudiosos da psicologia evolutiva e já desenvolveu diversos estudos sobre o comportamento social de primatas e humanos.

 

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