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Vitória deve receber 2 mil militares para deter onda de violência

Ministro da Defesa, Raul Jungmann, diz que soldados devem ir para as ruas ainda nesta segunda-feira; cidade tem saques e escolas e lojas fechadas

Por Da Redação
6 fev 2017, 17h49

O governo federal estima deslocar em torno de 2 000 homens das Forças Armadas para as ruas da Grande Vitória, no Espírito Santo, para conter a onda de violência que tomou conta da região em razão de protestos que têm inviabilizado o patrulhamento normal das ruas. Houve um aumento nos casos de assaltos e homicídios, e lojas foram saqueadas.

Desde sábado, parentes de policiais militares começaram a protestar em frente aos batalhões impedindo a saída dos veículos, o que praticamente deixou as ruas sem policiamento. Eles reivindicam reajuste salarial e pagamento de auxílio-alimentação, auxílio-periculosidade, insalubridade e adicional noturno aos PMS.

Segundo o diretor social e de relações públicas da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar (ACS), Thiago Bicalho, o movimento foi espontâneo. De acordo com a entidade, o salário-base de um policial no estado é 2 600 reais, enquanto a média nacional chega a 4 000 reais. A entidade argumenta que há anos os policiais não têm aumento salarial e que essa situação acabou por motivar familiares dos policiais a fazerem as manifestações em frente aos quartéis.

De acordo com o ministro da Defesa, Raul Jungmann, desde sábado, ao menos 51 pessoas foram assassinadas na Grande Vitória. O Instituto Médico Legal (IML) da capital está sobrecarregado. Imagens feitas pela população – e divulgadas  nas redes sociais – mostram lojas sendo saqueadas e assaltantes agindo livremente nas ruas sem serem incomodados.  Lojas e postos de saúde foram fechados e a volta às aulas na rede pública, prevista para esta segunda-feira, foi adiada.

O governo estadual informou em nota que trocou o comando da PM “para restabelecer a ordem e disciplina” e que irá continuar conversando com os policiais para garantir o policiamento nas ruas. A administração estadual também disse ter obtido uma decisão favorável do Tribunal de Justiça contra a paralisação da PM, com fixação de multa diária de 100 mil reais caso os policiais não cumpram a determinação de retornar às atividades.

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O desembarque de tropas federais na Grande Vitória deverá ocorrer na noite desta segunda-feira. “Há uma situação de gravidade lá (em Vitória) porque as polícias estão impedidas de se deslocarem para exercerem suas funções. Isso tem levado a uma situação que, praticamente, não se tem Polícia Militar na rua”, afirmou Jungmann, que está indo para Vitória. A intervenção foi pedida pelo governo do Estado e autorizada pelo presidente Michel Temer.

O governador Paulo Hartung (PMDB) está internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para tratar de um tumor – o vice-governador César Colnago (PSDB) está no cargo interinamente.

Segundo Jungmann, o efetivo militar que irá para as ruas deverá ser deslocado do Exército, da Marinha e da Aeronáutica do próprio Espírito Santo, além de tropas de estados vizinhos.

Cada vez mais comum

Nos últimos seis meses, o uso das Forças Armadas foi empregado, além do Rio Grande do Norte, em Pernambuco, Maranhão e Amazonas. Questionado se esse recorrente emprego das tropas federais representava a falência da segurança pública nos estados, o ministro negou.

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“De forma alguma. O que existe hoje é que o crime se nacionalizou. Os Estados não lidam mais com uma criminalidade local. Hoje, o crime está se nacionalizando, sobretudo no Sudeste”, declarou. “Nenhum governador pode ter o controle ou capacidade de resolver isolado quando há uma crise.”

(Com Estadão Conteúdo, Agência Brasil e Reuters)

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