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Versão brasileira da taser promete ser realmente não-letal

Feira internacional de produtos de segurança mira na Copa de 2014 e na Olimpíada de 2016, e tem entre seus destaques pistola que dá choque menos potente

Por Da Redação 11 abr 2012, 20h14

Entre robôs, câmeras e sistemas de última geração, um dos destaques da feira Latin American Aerospace and Defence (LAAD), de equipamentos profissionais de segurança, é uma alternativa brasileira às pistolas taser. O uso desse tipo de arma não letal passou a ser questionado depois da morte do estudante brasileiro Roberto Laudisio, 21 anos, na Austrália, e de uma morte no Brasil. A pistola Spark, apresentada no evento, é uma arma da categoria elétrica incapacitante, cuja ação dura apenas cinco segundos. Passado esse tempo, ela é automaticamente travada. Quem usa a taser pode fazer disparos em série – e foi isso que resultou na morte de Laudisio. Essa é a principal diferença da pistola brasileira, que teve sua tecnologia desenvolvida pela empresa Condor em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj) e com o Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) Celso Suckow da Fonseca.

A Latin American Aerospace and Defence é um evento fechado, que reúne 130 empresas de 13 países, além do Brasil. Este ano, o foco dos expositores se concentra principalmente em sistemas para monitoramento de grandes eventos esportivos, de olho na Copa do Mundo de 2014 e nos Jogos Olímpicos de 2016. A Condor, mesmo já tendo lançado a Spark no começo do ano, usou a feira como vitrine. Desde janeiro, foram vendidas cinco mil unidades, que começarão a ser entregues em maio. Diante da série de grandes eventos que acontecerão no Brasil nos próximos anos, a meta da empresa é vender, apenas aqui, 30 mil pistolas nos próximos 12 meses. “Os eventos amplificam a necessidade de itens não letais. As forças de segurança estão conscientes disso”, disse o diretor de marketing da Condor, Massilon Miranda.

O Exército brasileiro é um dos interessados na compra desse tipo de armamento, fabricado apenas nos EUA, Rússia e China – e, agora, pelo Brasil, que consegue oferecer um preço mais atraente. Enquanto a taser pode chegar a sair por 5 mil reais, a Spark entra no mercado ao custo de 2.200 reais. A principal inovação da arma brasileira é que seu choque libera 40% menos energia. Outra diferença é a luz azul de led na lateral da pistola, indicando que a arma será acionada. Isso ajuda a evitar que outros policiais disparem contra a mesma pessoa. Os homens que a usarão terão uma pulseira para amarrá-la ao punho em caso de tentativa de roubo. Se alguém tentar retirar a pistola do braço do policial, não conseguirá usá-la depois porque o dispositivo que permite o funcionamento estará atrelado a essa pulseira.

Para evitar o uso da pistola como forma de torturar uma vítima, os fabricantes criaram um mecanismo de memória capaz de informar sobre os últimos mil disparos- quanto tempo duraram, em que momento foram feitos.

Para Miranda, levar a Spark para a feira é uma forma de abrir a discussão sobre as armas não letais. “Por causa do que aconteceu na Austrália, pensamos se era o momento de fazer o lançamento. Mas era o momento perfeito. É a oportunidade de trazer para o mercado um dispositivo que tem itens de segurança e, ao mesmo tempo, lançar a discussão sobre quando a arma deve ser usada”, argumentou, alertando para o abuso do uso dessa pistola. No caso australiano, ela foi acionada diante da suspeita de que o rapaz havia roubado um pacote de biscoitos.

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