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Trump falta ao jantar com correspondentes e vira alvo de piadas

Em mais um capítulo de sua guerra contra a imprensa, presidente americano esnoba tradicional encontro com jornalistas

Por Da redação
Atualizado em 30 abr 2017, 21h04 - Publicado em 30 abr 2017, 20h56

Pela primeira vez desde 1981 um presidente americano não compareceu ao tradicional jantar com correspondentes internacionais da Casa Branca. A ausência de Donald Trump no evento foi uma provocação à imprensa, que tem sido classificada pelo republicano como mentirosa e responsável por omitir informações positivas sobre seu governo.

No jantar instituído em 1921, o presidente dos Estados Unidos costuma pronunciar um discurso cheio de sarcasmo, no qual ri de si mesmo e faz piada de seus adversários políticos. É uma oportunidade para aliviar as tensões entre o governo e a imprensa.

Sem o presidente para comandar o tom da brincadeira, o jantar descambou para a zombaria e duras críticas ao governo. O comediante americano Hasan Minhaj, correspondente do Daily Show, insinuou em tom jocoso que o verdadeiro comandante do país seria o presidente russo Vladimir Putin, e por isso seu não comparecimento ao jantar.

Minhaj fez graça também com as insólitas opiniões do presidente: “Vocês sabem que Donald Trump não bebe, certo? Isso é muito respeitável. Mas pensem bem: isso significa que em todas as declarações, todas as entrevistas, todos os tuites, ele estava completamente sóbrio. Como isso é possível?”, brincou, arrancando gargalhadas dos jornalistas presentes.

O ator Alec Baldwin, que recentemente provocou a ira de Trump com uma divertida imitação do presidente, fez também uma participação ao vivo em vídeo: “Continuem com o bom trabalho!”.

O evento foi marcado ainda por duras críticas ao republicano. O premiado jornalista Bob Woodward, responsável por, junto com Carl Bernstein, pela cobertura do caso Watergate, que resultou no impeachment do presidente Richard Nixon, declarou: “Senhor Presidente, a imprensa não é ‘notícia falsa”, em resposta ao que Trump tem afirmado. O jornalista lembrou que o jantar é importante não apenas por estabelecer uma boa relação entre o presidente e a imprensa, mas por representar o direito à liberdade de expressão, garantido pela primeira emenda.

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Na última vez que um líder não esteve presente, Ronald Reagan se recuperava de uma tentativa de assassinato. Mesmo assim, prestigiou os jornalistas e fez uma ligação com declarações amistosas.

Em 2011, Donald Trump participou do jantar e foi alvo das brincadeiras do então presidente Barack Obama. Um episódio considerado crucial pelos analistas na decisão do magnata republicano de disputar a Casa Branca.

“Lodaçal de Washington”

Enquanto acontecia o jantar, o Donald Trump participou de um evento em Harrisburg, na Pensivânia, um dos estados-chave de sua vitória eleitoral em novembro do ano passado.

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Em um ato com tom de campanha eleitoral, o governante aproveitou para lançar uma nova onda de críticas à imprensa. “Não poderia estar mais emocionado de estar a mais de 150 quilômetros do lodaçal de Washington”, disse em referência ao evento com correspondentes que acontecia na capital americana.

Durante o discurso de quase uma hora, Trump rejeitou as críticas feitas sobre os fracassos registrados durante seus primeiros cem dias de mandato, como a negativa do Congresso de aprovar sua reforma da lei da saúde conhecida como Obamacare e o bloqueio dos tribunais a sua proibição de entrada temporária nos Estados Unidos de viajantes procedentes de sete países de maioria muçulmana.

Enfatizou que “as prioridades da imprensa não são prioridades de vocês” e voltou a destacar que está concentrado “em voltar a fazer os Estados Unidos grandes de novo”, seu lema de campanha.

“Se o trabalho dos meios é ser honesto e dizer a verdade então acredito que estamos de acordo em que a imprensa merece uma repreensão bem grande”, disse perante os aplausos dos quase 10.000 presentes.

(Com EFE e AFP)

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