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Tragédia em Niterói: sobreviventes estão sem rumo

Por Rená Tardin, de Niterói
9 abr 2010, 12h07

Ao redor do local onde estão concentradas as buscas no Morro do Bumba, concentram-se famílias, grupos e gente solitária que sobreviveu ao desmantelamento da encosta, mas ainda não retomou a vida. O contingente de desabrigados e afetados indiretamente pela tragédia ainda é uma incógnita – assim como o de mortos, 17 confirmados no morro, número que pode chegar a 200. A técnica de enfermagem Denise Gonçalves do Carmo morava ao lado da filha. As duas casas estão interditadas, com risco de desabamento.

“Não tenho a menor condição de sair daqui e retomar meu trabalho. Minha filha e eu estamos com nossas famílias fora de casa. Mas não posso sair daqui. Fico vigiando de onde posso a casa no alto do morro, tenho medo de saques, de perder o que restou inteiro”, explicou.

Pela manhã, Denise recebia conforto no abraço de outra moradora do Viçoso Jardim, Leda Borges. “Agradeço muito a Deus porque na minha casa está todo mundo vivo. Eu e minha filha escapamos com vida”, disse.

LedaBorges e Denise Gonçalves (Reginaldo Costa Teixeira)

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Há 10 anos, Jaqueline Alves da Silva, desempregada, foi morar no Bumba. “Nunca soube que era um lixão, que isso tudo podia desabar”, revelou. “Estou perdida, sem ninguém. Não tenho acesso a minha casa e não sei se vou poder recuperar o que ainda tenho”.

A corrente de solidariedade se estende para chegar a onde quer que haja alguém necessitado. Militar reformado, Ricardo Oliveira, 48 anos, mora na Ilha da Conceição, bairro a cerca de 5 quilômetros do Viçoso Jardim. “Vim trazer roupas, cobertor, travesseiros e comida”, conta, depois de distribuir 100 pães no ajuntamento junto à faixa que isola o canteiro de buscas.

Ricardo trouxe mais. Em um papel já amassado, rabiscos tentam recriar a localização de casas e a disposição dos prédios na rua. “Um grande amigo que morava aqui perdeu toda a família e está em um abrigo. Trouxe esse papel para tentar ajudar os bombeiros, indicando onde pode haver corpos, onde ficavam as casas”.

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