Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Traficantes da Rocinha pediram armas ao PCC antes de confronto

Diálogo descoberto pela polícia de SP mostra criminoso do grupo ADA pedindo ajuda à facção paulista antes de eclodir disputa por tráfico na favela carioca

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Guilherme Venaglia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 out 2017, 17h42 - Publicado em 19 out 2017, 15h05

A Polícia Civil do Estado de São Paulo prendeu nesta quinta-feira o suposto traficante Fabiano Robson dos Santos, conhecido como Negão da Baixada ou Salazar. Ele é apontado pelos investigadores como o interlocutor do Primeiro Comando da Capital (PCC) com a facção Amigo dos Amigos (ADA), que comanda o tráfico de drogas na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro.

Durante a investigação, a polícia captou uma conversa entre Santos e um homem identificado como Neimar ligado ao ADA. Na conversa, o traficante fluminense pede o envio de armas. “Qual que é a parada, irmão?”, pergunta Santos. “É referente à família (…) o que tá acontecendo lá no Rio, irmão. Tem que ir que nossos parceiros tão [sic] precisando de armamento lá, tá [sic] ligado, irmão? Precisamos de bala mesmo, umas caixas, tá [sic] ligado irmão?”, responde Neimar.

De acordo com a polícia, o diálogo foi interceptado há cerca de 40 dias, pouco antes da eclosão do conflito armado na Rocinha entre grupos ligados ao Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, e Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, que eram aliados na mesma facção, o ADA, e se desentenderam — o armamento teria sido requisitado para o confronto que levou terror às ruas do Rio. O pedido se referia a uma remessa de quinze fuzis. A polícia não sabe se as armas chegaram ao Rio de Janeiro e buscam identificar o traficante fluminense.

Santos foi preso nesta quinta-feira em sua casa na Praia Grande, litoral sul de São Paulo, como parte da operação que leva seu último apelido como nome. Ele é apontado como uma das lideranças do PCC na Baixada Santista. Resultado de uma apuração da Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (Dise), de São Bernardo do Campo (SP), a ação envolveu 320 policiais para cumprir cerca de 30 mandados de prisão e 96 de busca e apreensão na região metropolitana de São Paulo e nas cidades do litoral paulista. Até o final da manhã, treze pessoas já tinham sido presas.

Continua após a publicidade

Na madrugada de 17 de setembro, um bando de 60 homens armados invadiu a favela da Rocinha a mando de Nem, que está encarcerado em um presídio de segurança máxima em Rondônia. O objetivo era tomar a favela das mãos de Rogério 157, que foi ex-segurança de Nem e cresceu na carreira criminosa após sua prisão. Após o conflito, a polícia suspeita que ele tenha se aliado ao Comando Vermelho (CV), facção majoritária nos morros do Rio e inimiga do ADA. Desde o fim do ano passado, o PCC rompeu uma parceria comercial que tinha há mais de 20 anos com o CV e passou a se unir ao seu principal rival na capital fluminense.

Ouça abaixo o áudio:

Veja a transcrição do áudio:

Áudio PCC
Transcrição de áudio mostra conversa entre criminosos da ADA, do Rio de Janeiro, e do PCC, de São Paulo (Foto/Reprodução)
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.