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Traficante é preso pela 13ª vez com 1 000 pássaros em porta-malas

Conhecido da Polícia Rodoviária Federal, traficante foi preso pela primeira vez em 1996

Por Jennifer Ann Thomas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 dez 2018, 09h36 - Publicado em 31 Maio 2016, 18h48

A Polícia Rodoviária Federal da Bahia prendeu em flagrante nesta segunda-feira, 30, o traficante de animais Valdivino Honório de Jesus, de 60 anos, na divisa entre os estados da Bahia e de Pernambuco. Ele transportava 1 000 pássaros silvestres, da espécie canário-da-terra, dentro de seu porta-malas e seguia viagem com destino a Caruaru, município pernambucano. Os pássaros estavam aglomerados em pequenas gaiolas, sendo que 15 aves foram encontradas mortas, provavelmente devido a maus tratos ocorridos durante o transporte. Essa é a 13ª vez que Valdivino é pego em flagrante pela PRF. A primeira foi em 1996 – há duas décadas – e as outras aconteceram em diferentes cidades dos estados do Paraná, Minas Gerais, Bahia, Paraíba e Pernambuco.

O que permite a reincidência desses criminosos é a própria legislação. O crime é descrito como: “matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida”. Nesses casos, a pena prevê prisão de seis meses a um ano e multa. Na prática, contudo, os traficantes não costumam ser presos e apenas as multas são aplicadas, várias e várias vezes.

Estima-se que cerca de 38 milhões de exemplares de fauna silvestre no Brasil sejam retirados anualmente da natureza e que aproximadamente quatro milhões deles sejam vendidos no mercado negro. Apenas em 2008, os Centros de Triagem de Animais Silvestres, unidades para onde são enviados os animais apreendidos, receberam mais de 60 000 exemplares. No ano passado, os 13 Cetas do estado de São Paulo não estavam mais aceitando novos bichos por superlotação. Cada abrigo consome cerca de 2 milhões de reais por ano, e alguns são mantidos por ONGs.

A impunidade, evidentemente, acaba por incentivar a repetição e o aumento da incidência deste crime. Quando o sujeito alega que não tem condições de desembolsar o valor determinado pela multa, por exemplo, ele entra em uma lista de nomes sujos, de devedores, praticamente um Serasa. Mas não é preso. De acordo com a lei, quem mata um animal ainda tem a mesmíssima punição daquele que persegue um bicho. Pior: uma pessoa que tenha em seu quintal um papagaio silvestre, por exemplo, o que também é um crime, é penalizada da mesma maneira que Valdivino, com 1 000 pássaros dentro de seu porta-malas.

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Em um ranking de ameaças de segurança do mercado negro global feito pela Havocscope, site que agrega dados de atividades ilícitas, o Brasil figura em 16º. Os Estados Unidos ficam em primeiro lugar, seguidos por China e México, e o Brasil fica atrás de Indonésia, Filipinas e Turquia. Dentro do total de 17 bilhões de dólares que são movimentados com atividades ilegais no país, como tráfico de drogas, pirataria e prostituição, o tráfico de animais movimenta cerca de 2 bilhões de dólares. Isso representa até 15% da receita global com o mercado negro de animais silvestres.

Veja o vídeo feito no momento da apreensão de segunda-feira:

https://www.youtube.com/watch?v=zZygqtRhU2c

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