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Sobre violência, Beltrame diz que ‘o Rio é assim’

Secretário foi à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro nesta terça-feira, onde foi cobrado por parlamentares sobre a onda de violência na cidade olímpica

Por Leslie Leitão Atualizado em 22 out 2020, 18h25 - Publicado em 12 jul 2016, 22h01

Ao longo de toda a tarde desta terça-feira, deputados estaduais cobraram explicações sobre a violência no Rio de Janeiro e ouviram do secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, e de sua equipe, o mesmo discurso de sempre. Para as autoridades que comandam a pasta há uma década, a explosão dos índices de violência em todo o Rio, justamente às vésperas da Olimpíada, é consequência da crise financeira que afundou o Estado em dívidas e atrasou os salários dos servidores no mês passado. Enquanto isso, nas ruas da cidade olímpica, mais um policial entrou para o batalhão de baleados da PM.

Beltrame e seu braço direito, Edval Novaes, Subsecretaria de Comando e Controle, argumentaram diante de mais de 30 deputados estaduais no salão da Alerj que o cenário atual, na verdade, ainda é melhor do que anos atrás. Novaes chegou a comparar o ano de 2015, quando 98 policiais foram assassinados, com 2003, quando, de acordo com seu levantamento, houve 189 mortes de policiais. “A imprensa põe como se estivesse fora de controle, mas não é isso”, disse.

Após a reunião, Beltrame deu uma rápida entrevista coletiva e adotou um discurso na mesma linha do de seu assessor. A respeito das balas perdidas – que nas últimas 48 horas mataram quatro pessoas e feriram pelo menos três – o secretário lamentou, mas ponderou e remeteu ao passado para se defender. “Uma vida já causa preocupação. Mas, historicamente, o Rio de Janeiro é assim. Já tivemos incidências maiores. Mas é algo que na medida em que se colocar mais policiais nas ruas e mais operações de inteligência, podemos reduzir isso”, disse o secretário, sem mencionar que desde 2013 o Instituto de Segurança Pública não fornece dados concretos que possam dimensionar esse número de vítimas de balas perdidas.

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José Mariano Beltrame classificou como lamentáveis as mortes de policiais e informou que a PM fez um planejamento para patrulhar as áreas com maior incidência de crimes. Em relação aos números apresentados pela reportagem do site de VEJA ontem – mostrando que somente nos territórios com Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) 421 policiais foram baleados desde 2008, dos quais 38 morreram o secretário de segurança insistiu que o projeto continua no caminho certo. “Acho que não devemos rever, absolutamente. O que devemos fazer é consolidar as vitórias que nós obtivemos até aqui. Todos os dias na minha mesa eu recebo mais pedidos de UPPs em vários lugares da cidade”, disse.

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Desde que assumiu o comando da secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, em janeiro de 2007, José Mariano Beltrame teve total apoio político e financeiro. A pasta, que tinha investimento anual de 1,6 bilhão até então, chegou a um patamar de investimento de 6 bilhões no ano passado, com previsão de 6,7  bilhões para 2016. No total do período, foram investidos 32,6 bilhões, maior do que em áreas como Saúde e Educação. Mesmo assim, o secretário voltou a se queixar da falta de dinheiro e a dizer que, com a ajuda do governo federal, que doou 2,9 bilhões à Olimpíada, poderá baixar os índices de criminalidade. “Com esses recursos a gente pretende retomar o RAS, o Proeis (hora extra dos policiais que trabalham na folga), e o sistema de metas (premiação), que junto com as UPPs trouxeram os índices para números bem menores do que se tinha antes”, afirmou.

Mais um PM baleado – A precisos 25 quilômetros da sala da presidência da Assembleia Legislativa (Alerj),  enquanto José Mariano Beltrame falava aos deputados, o cabo Fabio Almeida Alves entrava para a estatística de policiais atacados por bandidos. Ele foi baleado na virilha quando passava com sua motopatrulha próximo à Favela Furquim Mendes, no bairro Jardim América, na Zona Norte da cidade. Cabo Fabio é o 239º policial atingido por criminosos somente neste ano de 2016. Desse total, 59 morreram.

O policial foi socorrido e levado ao Hospital Getúlio Vargas, na Penha, onde foi operado. Equipes do 16º Batalhão da PM (Olaria) fizeram uma incursão na favela para tentar localizar os criminosos.

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