Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Sem vaga em abrigo da prefeitura, haitianos lotam salão de igreja

Aberto em agosto do ano passado, o Centro de Referência e Acolhida para Imigrantes não é suficiente diante do aumento do fluxo vindo do Acre

Por Mariana Zylberkan
6 fev 2015, 18h42

Pelo menos noventa imigrantes haitianos despachados pelo governo do Acre estão amontoados no salão de festas da Missão Paz, entidade religiosa que administra a Casa do Imigrante, no bairro do Glicério, no Centro de São Paulo. Inaugurado em agosto do ano passado como a principal ação da prefeitura de São Paulo para abrigar a onda imigratória que chega a São Paulo vinda do Acre, o Centro de Referência e Acolhida para Imigrantes (CRAI) não tem dado conta da demanda – somente nesta semana, seis ônibus repletos de haitianos chegaram em menos de cinco dias. Os veículos são fretados pelo governador Tião Viana (PT). Por causa disso, os imigrantes acabam sendo levados à Missão da Paz.

Leia também:

Governo do Acre expõe haitianos a riscos no Brasil

Emissão de vistos humanitários explode no Brasil. Mas o país não está pronto para receber imigrantes

Continua após a publicidade

Rota dos haitianos para o Brasil: os perigos no caminho

De acordo com o padre Paolo Parise, que administra a entidade, dois haitianos chegaram desidratados, pois faltou água de comida ao longo do trajeto. Muitos, segundo o padre, chegam sem a carteira de trabalho, documento que tem demorado mais de um mês para ser expedido e deve ser emitido no local de chegada dos imigrantes ao país – ou seja, o Acre. A falta do documento coloca os haitianos em risco. O padre relata já ter presenciado assédio por parte de empresas que desejam contratá-los sem garantir os direitos trabalhistas. Um grupo chegou a ir trabalhar no Rio de Janeiro, mas voltou ao abrigo da Missão Paz afirmando que não recebeu salário.

A crise provocada pelo envio irresponsável de imigrantes que entram no país pela fronteira no Acre foi deflagrada no início do ano passado, impulsionada pela cheia do rio Madeira. Com as estradas interditadas, o Acre transportou os imigrantes de Brasileia, onde funcionava um abrigo, para a capital Rio Branco, de onde embarcaram em ônibus fretados a São Paulo. O secretário de Justiça e Direitos Humanos do Acre, Nilson Mourão, nega que tenha aumentado o envio de ônibus na última semana. “Mantemos a mesmo ritmo, de fretar de dois a três ônibus por semana.”

A Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo afirma que a oferta de vagas para imigrantes não se restringe apenas ao CRAI. E que hoje há mais de 600 imigrantes acolhidos na rede da Assistência Social, com destaque ao Arsenal da Esperança, que abriga 300 pessoas.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.