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Secretária de sobrinho de Lula relata saques em espécie

Em depoimento à Polícia Federal, Flávia de Oliveira Barbosa afirma que Taiguara Rodrigues dos Santos bancou até viagem do filho do ex-presidente para Cuba

Por Thiago Bronzatto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 5 out 2016, 19h20

Em depoimento à Polícia Federal no dia 17 de agosto, Flávia de Oliveira Barbosa, secretária de Taiguara Rodrigues dos Santos, sobrinho do ex-presidente Lula, declarou que foi instruída a realizar saques em dinheiro vivo.  “Taiguara pedia com frequência para a declarante sacar dinheiro no caixa”, disse Oliveira Barbosa. “Quase todo dia a declarante ia na boca do caixa para sacar de R$ 1.000 a R$ 1.500. Que além disso, ia uma vez por semana sacar por volta de R$ 5.000,00. Que quando sacava valores mais altos, a pedido de Taiguara, ia acompanhada de José Emmanuel. Que sabe que sacava eventualmente valores altos para TAIGUARA, mas não se recorda de valores específicos”, afirmou.

A secretária trabalhou com Taiguara por cerca de quatro anos. Durante esse período, ela acompanhou de perto os negócios suspeitos e o enriquecimento extraordinário do sobrinho do ex-presidente. Segundo Oliveira Barbosa, Taiguara costumava comprar carrões em nome da sua empresa, que recebia dinheiro da Odebrecht. “Taiguara tinha um veículo Land Rover, cujas prestações eram pagas pela Exergia Brasil. Que Taiguara comprou para José Emmanuel (seu sócio) um veículo PT Cruiser, cujas prestações também eram quitadas pela Exergia Brasil. Que além disso Taiguara comprou para si uma BMW e uma GLK, veículo importado. Que Taiguara ainda comprou um Jeep Compass para sua ex-mulher. Que as prestações de todos esses veículos eram pagas com dinheiro da Exergia Brasil. Que Taiguara também comprou um Fiat Uno para o irmão”, disse a secretária.

Taiguara, que mantinha fotos de Lula fixadas na parede de sua empresa e enviava presentes de aniversário para o ex-presidente, também era generoso com o filho mais velho do petista. Em meados de 2014, Taiguara bancou as passagens aéreas de uma viagem para Cuba, feita junto com Fábio Luis, conhecido como Lulinha, e seu sócio Fernando Bittar, proprietário no papel do sítio em Atibaia, interior de São Paulo, frequentado por Lula e investigado na Operação Lava-Jato. Durante essa expedição, o sobrinho do ex-presidente também alugou uma Mercedes-Benz para Lulinha e Bittar andarem para cima e para baixo na ilha. Segundo o sócio de Taiguara, José Emmanuel, a excursão tinha como intuito prospectar novos negócios em Cuba.

A vida de luxo de Taiguara chamava a atenção da sua secretária. Segundo Oliveira Barbosa, o sobrinho de Lula, que costumava comprar com “frequência relógios de marca”, fez “reformas de luxo” tanto em seu escritório como em sua cobertura com “piscina e jardim”. O jovem empresário também costumava viajar com frequência, hospedando-se em resort com diárias de mais de 1 000 reais em Porto de Galinhas, em Pernambuco. “Se recorda de um episódio no qual Taiguara comprou um quadro de São Jorge no valor aproximado de R$ 5.000,00”, disse a secretária à PF. “Todo o dinheiro que financiava esses gastos eram provenientes de remessas que vinham de Angola”, afirmou ela, referindo-se aos contratos assinados entre Taiguara e a Odebrecht que renderam 3,5 milhões de reais para o sobrinho de Lula. “Vinha a remessa de valores de Angola, em dólares, e após cerca de dois dias a quantia era disponibilizada na conta da Exergia Brasil”.

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O fluxo de dinheiro da Odebrecht que enchia os bolsos de Taiguara foi interrompido após VEJA revelar em fevereiro de 2015 que o sobrinho de Lula teve um enriquecimento meteórico no mesmo ano em que a Odebrecht recebeu um empréstimo do BNDES para construir a hidrelétrica de Cambambe, em Angola. “Taiguara disse que a reportagem da revista VEJA inviabilizou os negócios da Exergia Brasil”, afirmou a secretária. “No final, não havia dinheiro sequer para pagar funcionários”, disse Oliveira Barbosa, que move uma ação trabalhista contra Taiguara.

 

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