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Santa Teresa: comissão da Câmara também alertou para os riscos do bonde

Relatório entregue à secretaria de Transportes em fevereiro, e publicado no Diário Oficial do Legislativo, aponta precariedade na manutenção dos bondinhos, falta de peças e deficiência da rede elétrica, entre outros problemas

Por Leo Pinheiro, do Rio de Janeiro
29 ago 2011, 16h49

Em fevereiro de 2011, comissão especial da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro concluiu um relatório sobre o trânsito em Santa Teresa, no qual a precária situação dos bondes é apontada como problema central. O relatório foi entregue à secretaria estadual de Transportes e publicado no Diário Oficial do Legislativo em 7 de fevereiro. Entre as falhas que contribuem para o alto risco de acidentes estão a redução do número de bondes em circulação – e a consequente superlotação – , o abandono da oficina onde é feita a manutenção, a falta de peças de reposição e a falta de investimento na rede elétrica. O presidente da comissão, Paulo Messina, do PV, defende a municipalização do sistema de bondes e diz que vai pedir o indiciamento do secretário estadual de Transportes, Júlio Lopes, por homicídio doloso.

O Banco Mundial repassou ao governo do estado, na gestão de Rosinha Garotinho, montante que foi destinado a novos bondes, com tecnologia mais moderna, e revitalização da via férrea. No entanto, a nova tecnologia não se mostrou adequada à topografia do bairro, e a rede elétrica não foi reformada, e não suporta a carga exigida pela tecnologia dos novos bondes – o que obrigou à redução do número de veículos de 16 para apenas quatro. Com poucos bondes em circulação, a superlotação é frequente, o que aumenta o risco de acidentes. Os mesmos alertas vêm sendo feitos pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura.

A comissão da Câmara foi criada a partir do acidente que matou uma professora, em 2009. Andrea de Jesus Resende, de 29 anos, estava num ônibus que foi atingido por um bonde que desceu a ladeira descontrolado, depois de ser abalroado por um táxi. Os vereadores partem da constatação de que Santa Teresa tem características únicas no Rio de Janeiro – a começar pelo fato de ter uma via férrea que cruza toda a extensão do bairro, passando por ruas estreitas e ladeiras íngremes, compartilhadas com carros, ônibus e até caminhões. E lembra que o bondinho é um cartão postal da cidade, como deixam claras as peças produzidas para a candidatura do Rio aos Jogos Olímpicos de 2016.

Polícia – O delegado da 7ª DP, Tarcísio Jansen, instaurou nesta segunda-feira inquérito de homicídio culposo e lesão corporal culposa para apurar as responsabilidades do acidente do último sábado. O laudo da perícia será confrontado com os depoimentos de passageiros e dos mecânicos da companhia responsável pelos bondes. Representantes do CREA foram à delegacia pegar cópia do registro de ocorrência.

Vítima – Nesta segunda-feira, pela manhã, o arquiteto paraense Raul Ventura, de 26 anos, foi à delegacia recolher os pertences de sua mulher, a psicóloga Ingrid Ventura, de 28 anos. Ela estava no Rio de Janeiro para um congresso de psicologia, e aproveitou o sábado para conhecer o bondinho em companhia da amiga Lorena Bezerra. No acidente, fraturou o fêmur e o úmero, e ainda está internada no Hospital Souza Aguiar. Raul foi avisado por uma das colegas de Ingrid, e pegou o primeiro voo para o Rio. Agora, está preocupado com a volta. Ingrid terá um longo período de recuperação, e precisa voltar para Belém. Mas o plano de saúde do casal não prevê cobertura para remoção.

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