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Rio: Escolas de samba ameaçam não desfilar no Carnaval de 2018

Declaração é uma reação ao anúncio do prefeito Marcelo Crivella (PRB) de cortar metade da verba repassada para as agremiações

Por Da redação
Atualizado em 15 jun 2017, 13h42 - Publicado em 15 jun 2017, 09h47

A Liga Independe das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa) reagiu ao anúncio do prefeito Marcelo Crivella (PRB) de que cortaria metade da subvenção paga às agremiações, ameaçando não realizar o desfile do Carnaval em 2018.

Em nota enviada na noite desta quarta-feira, a Liesa, que representa todas as escolas do Grupo Especial do Rio, informou que, se a prefeitura concretizar a medida, “ficarão inviabilizadas as apresentações” no ano que vem. A instituição também afirmou que o corte trará “graves consequências para a produção do espetáculo, tornando inviável a realização do mesmo, nos moldes em que é anualmente apresentado”.

Na última segunda-feira, Crivella divulgou que usaria metade da verba destinada às escolas de samba para dobrar a diária paga às creches — de 10 para 20 reais. Com isso, o dinheiro repassado às agremiações pela administração cairia de 24 para 12 milhões de reais.

“O que estamos fazendo é refletir como gastar melhor. Se vamos usar esses recursos para uma festa de três dias ou ao longo de 365 dias ao ano”, disse o prefeito. Bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, Crivella foi criticado neste ano por não ter comparecido à cerimônia de entrega da chave da cidade ao Rei Momo, conforme é tradição nos carnavais, e por não ter ido aos desfiles na Marquês de Sapucaí, mesmo com os acidentes ocorridos. Na ocasião, ele afirmou que “cada um não deve ser obrigado a fazer nada” e que a sua agenda não é “necessariamente” a mesma da imprensa.

Os presidentes da escola de samba argumentaram que os repasses se justificam pela renda que o Carnaval gera para a cidade em arrecadação tributária e geração de empregos, “além da valorização da imagem do Rio de Janeiro e do Brasil” perante o mundo, conforme o texto. Eles também relataram que Crivella visitou a sede da Liesa quando ainda era candidato em 2016 e que, na ocasião, garantiu que a subvenção continuaria “no mínimo nos moldes do ano anterior, com a perspectiva de possíveis acréscimos”.

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Por fim, eles disseram que esperam “o mais breve possível” uma audiência com prefeito para resolver o impasse.

Confira a nota da Liesa na íntegra:

Foi com surpresa que as Escolas de Samba do Grupo Especial da LIESA tomaram conhecimento da decisão do Exmo. Sr. Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro de reduzir em 50% (cinquenta por cento) o apoio financeiro para a produção dos Desfiles do Carnaval de 2018.

Considerando os enormes benefícios econômicos, financeiros, de geração de empregos e de renda, além da valorização da imagem da Cidade do Rio de Janeiro e do Brasil;

Considerando, também, o aumento substancial de arrecadação de impostos e receitas diretas e indiretas proporcionadas durante o período de preparação e realização dos desfiles carnavalescos;

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Considerando, mais, que tal medida anunciada trará graves consequências para a produção do espetáculo, tornando inviável a realização do mesmo, nos moldes em que é anualmente apresentado;

Considerando ainda, a visita do então candidato a Prefeito à sede da LIESA, firmando o compromisso de manter a subvenção para as Escolas de Samba, no mínimo nos moldes do ano anterior, com a perspectiva de possíveis acréscimos, visando o engrandecimento do espetáculo.

Diante do acima exposto, as Escolas de Samba do Grupo Especial, representadas por seus Presidentes abaixo assinados, vêm esclarecer a opinião pública que, em reunião realizada na sede da LIESA, no dia 14/06/2017, chegaram a conclusão que, a prevalecer a decisão do Exmo. Sr. Prefeito Marcelo Crivella, ficarão inviabilizadas as apresentações das Escolas de Samba, no Carnaval de 2018.

Em face dos fatos narrados, as Escolas de Samba aguardam o agendamento, o mais breve possível, da audiência já solicitada anteriormente com o Exmo. Sr. Prefeito e os Presidentes das Escolas de Samba e da LIESA, com o objetivo de se encontrar uma solução para o problema, tendo em vista a gravidade dos fatos.
Rio de Janeiro, 14 de junho de 2017.

 

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