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Renato Pereira aponta caixa dois do Opportunity de Daniel Dantas

Delação premiada de ex-marqueteiro do PMDB revela que banco simulou contrato de prestação de serviços com a Prole para ter acesso a dinheiro em espécie

Por Thiago Prado
Atualizado em 21 nov 2017, 17h36 - Publicado em 16 nov 2017, 00h22

O marqueteiro Renato Pereira revelou em delação premiada que as quantidades volumosas de dinheiro vivo que circulavam em sua agência de publicidade atraíram interessados de fora da política. Foi o caso do banco Opportunity, do empresário Daniel Dantas. Em 2015, um executivo da instituição chamado Fernando procurou um sócio de Pereira demonstrando interesse na fartura de recursos em espécie mantidos na Prole. Naquela época, a agência ainda guardava em sua sede sobras da campanha vitoriosa do governador Luiz Fernando Pezão, inundada por recursos ilegais segundo o depoimento do próprio marqueteiro.

No depoimento, o marqueteiro afirmou que seu sócio William Passos trouxe-lhe a informação de que o Opportunity poderia receber até 2 milhões de reais. Parcelas de 300 000 reais passaram a ser entregues a um emissário do banco. Em troca, o Opportunity depositava 375 000 reais de volta na conta corrente dos profissionais – os 75 000 reais de diferença eram para cobrir gastos com impostos. Para dar um ar de legalidade à transação, a Prole tratou de simular um contrato de prestação de serviços com o banco.

O próprio Opportunity já tinha em seus arquivos um estudo do impacto da imagem do banco depois da ferrenha disputa judicial com a Telecom Italia pelo controle da Brasil Telecom. A Prole juntou a esses dados um conjunto de reportagens negativas sobre o Opportunity e emitiu uma nota fiscal para justificar o serviço fictício. No depoimento, Pereira afirma no entanto que nunca soube porque o banco de Daniel Dantas precisou de dinheiro não contabilizado naquele ano.

Na última terça-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandovski não homologou a delação premiada por discordar das condições impostas a Pereira para o futuro. O marqueteiro havia negociado o perdão judicial de todos os seus crimes, menos os cometidos durante a eleição de 2014. Por eles, cumpriria uma pena de quatro anos (em um deles, teria que se recolher em casa toda a noite e, nos outros três, prestaria serviços comunitários). Pereira pagaria ainda a quantia de 1,5 milhão de reais pelas infrações cometidas, valor considerado baixo por Lewandoski.

Em nota, o Opportunity informou que “apenas contratou empresas de assessoria de comunicação dos jornalistas Marcelo Carneiro e William Passos para calcular o valor do dano decorrente do uso doloso da imprensa, para procedimentos internacionais – que correm sob sigilo .A afirmativa do marqueteiro de que teria simulado um contrato de prestação de serviços com o Banco Opportunity é falsa”.

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