Prisão na Cracolândia termina com bombas, barricadas e 4 presos
Tumulto com moradores de rua e usuários de drogas começou quando a Guarda Civil Municipal tentava prender um suspeito de roubar um celular
Moradores de rua e usuários de drogas da região conhecida como Cracolândia, na região central de São Paulo, entraram em confronto com a Polícia Militar, que terminou com barricadas nas ruas, disparos de bombas de gás e quatro pessoas presas, além de depredações e saques em lojas.
Segundo a Polícia Militar, homens da Guarda-Civil Metropolitana (GCM) se depararam com um roubo na Alameda Dino Bueno, perseguiram o suspeito e o prenderam. Os guardas, no entanto, foram obrigados a pedir apoio da Polícia Militar na sequência para conter a confusão que se formou após a detenção.
Manifestantes montaram ao menos três barricadas e atearam fogo a objetos para impedir o avanço da polícia. A Tropa de Choque foi acionada. Algumas vias importantes da região, como a Avenida Rio Branco, tiveram de ser interditadas parcialmente.
Morte
A ocorrência na Cracolândia ocorre um dia depois de um funcionário de uma empresa especializada em remoção clínica e psiquiátrica ter sido encontrado morto na região. Bruno de Oliveira Tavares, de 34 anos, havia sido sequestrado, torturado e mantido em cárcere privado.
A vítima ficou quatro dias em poder de criminosos, que despejaram o corpo no Bom Retiro, na região central. As mãos estavam atadas por fita adesiva e havia marcas de agressão.
A principal suspeita da Polícia Civil é que Tavares tenha sido assassinado por membros do Primeiro Comando da Capital (PCC). De acordo com investigações, traficantes da região o confundiram com um policial. Para se defender, a vítima teria tentado convencer os criminosos de que, na verdade, era integrante do Comando Vermelho (CV), do Rio. A facção, no entanto, é rival da paulista.
(Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil)